Estamos em um ano sabático para conhecer o mundo e a nós mesmos. Para isso manteremos nossos olhos, mentes e corações atentos e abertos por onde estivermos. Toda semana faremos um relato do que passou e por onde passamos. Como tudo na vida tem dois lados, serão duas visões sobre os mesmos momentos.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Última semana no Japão com gostinho de quero mais

Bom pessoal,

Nessa última semana fomos para Ishigaki, Okinawa. Uma das últimas ilhas do Japão, próximo a Taiwan. Ficamos uma semana completa lá. De domingo a domingo. Nunca tinha ouvido falar de Ishigaki mas depois de pesquisas descobri que aqui é o caribe japonês. Nunca fui no caribe mas se as praias forem tão bonitas quanto as daqui, não sei porque ainda não fui.

Assim que chegamos fomos informados de que um tufão estava se aproximando e que na terça e na quarta não seria possível fazer praticamente nada (o tufão foi na China com pequenos reflexos em Ishigaki). Todas as praias estariam fechadas para banho. Na segunda fomos então direto para a praia mais bonita para não perder a oportunidade. Sabe-se lá como será esse tufão. Kabira Bay é uma praia onde não se pode tomar banho e a principal atração é um passeio de barco com chão de vidro para se ver os peixes e corais. Até então nunca tinha visto tanto peixe e de tantas cores. E o que todos querem ver é o Nemo (ou Nimo como os japoneses falam), o peixe palhaço. Depois fomos para Yonehara onde tem um camping. Como não tinha uma sombrinha se quer na praia nem tomamos banho. Almoçamos e ficamos esperando o horário do ônibus. Os ônibus não são muito frequentes (a ilha é grande) mas são extremamente pontuais. Então é só se programar. Uma curiosidade, o preço do ônibus depende do ponto que você subiu e em que ponto você vai descer. Ao subir você pega um ticket (ou ticketô em japonês) e existe um painel eletrônico informando o preço, a cada ponto os valores se atualizam.

Na terça fomos para a praia do Hotel ANA, próximo a cidade mas ela já estava fechada para banho. Fomos então para o supermercado nos abastecer e aguardar a melhora do tempo. Na terça e quarta o tempo fechou, choveu e ventou bastante. Mas foi só. Na quinta o tempo já estava bom novamente e fomos conhecer a Sunset Beach, uma pequena praia com poucas pessoas e bem distante. As praias aqui são quase selvagens, com nenhuma (ou pouca) estrutura, algumas tem rede de proteção contra água-viva e apenas uma loja/restaurante/afins. Ali pode-se alugar guarda-sol, boia, snorkel, pé-de-pato, almoçar etc. Nunca paguei tão caro por um guarda-sol: US$ 20,00. Passamos o dia na praia.

Na sexta fomos para outra praia recomendada, a Sukuji Beach. Ainda na estação de ônibus conhecemos um senhor japonês (tiozinho), que estava hospedado no mesmo hostel e ia para a mesma praia. Ficamos conversando de tudo um pouco e a uma hora de viagem passou rápido. Ele mora em Tóquio e é representante de uma confecção que usa tecido de bambu, nunca tinha ficado em hostel. Ele misturava o inglês com o japonês e com mímicas e caretas conseguimos ter uma conversa muito agradável. E ai a Raquel conseguiu resgatar várias palavras em japonês que ela aprendeu quando criança mas tinha esquecido. A praia era muito bonita com boa estrutura (coisa rara) e bastante sombra, mas a profundidade do mar era igual a de uma piscina infantil. Por causa disso, algumas pessoas se ariscaram em tomar banho além da rede de proteção. E o tiozinho foi queimado por uma água viva na mão. Ele lavou a mão, passou uma loção que tinha disponível na praia e também gelo. Passamos o dia na praia. À noite saímos para jantar e no primeiro restaurante que paramos para ver o cardápio demos de cara com o tiozinho japonês. Ele nos convidou para jantar junto com ele e aceitamos. Aquele era um restaurante que provavelmente não entraríamos pois tinha poucas fotos no cardápio. Só entramos em restaurante com fotos. Tem que pelo menos saber o vai comer. E ele pediu tudo que queríamos: o pepino goia, famoso da região, tofu, rámen, lula frita, porco com abacate, peixe frito, sashimi e claro, sake. Todos os pratos foram divididos entre todos, menos o meu rámen. Conversamos a noite toda até o restaurante fechar. Na hora de pagar ele disse que a conta era dele e que somente na próxima vez, no Brasil, nós poderíamos pagar. Ele foi muito gentil, explicou tudo que queríamos saber, curiosidades, melhores comidas de cada lugar, tudo. No final ainda nos agradeceu pela companhia e pelo belo dia. Nós é temos que agradecer. E muito.

Sunset Beach

Sukuji Beach
 No sábado fomos para um passeio de barco com snorkel em algumas ilhas da região. E foi maravilhoso. A cada parada víamos mais e mais peixes de todas as cores, tamanhos e formas. Foi o dia todo assim e no final ainda paramos em um lugar onde os peixinhos se aproximaram tanto que pareciam comer na nossa mão. E uns até tentaram comer a ponta dos meus dedos. Um dia perfeito: muito sol, mar calmo, boa companhia, boa assistência, locais inesquecíveis e praias paradisíacas. Junto conosco estavam uma australiana que mora no Japão, uma canadense que mora na Coreia (as duas professoras de inglês), e um japonês de Tóquio que foi pra copa e conheceu o Brasil todo. Assistiu jogo em Manaus, Recife, Salvador e Brasília, e ainda foi para o Rio de Janeiro e São Paulo. E adorou tudo. Experimentou de tudo e até comida japonesa em São Paulo. E aprovou.

Ilha particular e 1° local de mergulho






À noite, eu e Raquel saímos para jantar. Pedimos de tudo um pouco como na noite anterior e bebemos cerveja. Foi caro mais foi uma excelente despedida. No dia seguinte seguimos para Fukuoka, nossa última cidade no Japão.

O que tem em Fukuoka? Não sei, só sei que é mais uma cidade do Japão com restaurante para todo lado, fácil acesso, ruas limpas e muitas lojas. Tem tudo que tem um Tóquio só que bem menor. Não visitamos nada, apenas restaurantes. Foi nossa despedida gastronômica do Japão. Ficamos apenas um dia inteiro e consegui cumprir uma obrigação e satisfazer dois desejos. A obrigação era fazer meu exame de sangue periódico prometido ao Dr. Fábio. Feito. Os desejos eram ir em um Onsen e comer muito sashimi. Almoçamos em um restaurante de esteirinha e no final do dia fomos para o onsen, a sauna japonesa. Não sabia nade de como me portar num onsem e a Raquel me informou apenas na entrada: tomar banho antes de entrar nas “piscinas”. Ok. E o banho era sentado num banquinho de frente pra parede com sabonete e shampoo disponível. Ok. No Japão, QUASE como os japoneses. Levei minha sunga e não fiquei nu como todos os japoneses. Devia ter ali uns 40 japoneses nus e eu. Não me intimidei. Fiz cara de ocidental que não tá entendendo nada e segui apesar dos olhares. São vários ofurôs comunitários ou individuais com água em torno de 40°. Muito legal. Na próxima vez faço serviço completo. No jantar fomos em um restaurante que é uma barca e você pesca o próprio peixe. Muito bom. Recomendável. Pesquei um peixe e pedimos meio sashimi e meio frito com arroz, tofu e outras coisinhas. E claro, Sake. Fechamos com chave de ouro nossa etapa no Japão.

Restaurante em Fukuoka

Valeu.

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