De Tokyo, validamos nosso JR Pass e pegamos o shinkansen
para Kyoto. Comer bentô no trem é outra experiência típica do país. Antes de
embarcar, compramos nossos bentôs na própria estação e assim que o trem partiu
começamos a ouvir o barulho de todo mundo abrindo suas refeições. E quando chegam no destino, todos descem com seus respectivos
lixos. Isso é Japão.
Andar de shinkansen é uma maravilha de facilidade. Os trens
são pontuais, confortáveis, rápidos, frequentes e não tem necessidade de fazer reserva.
Prático e funcional. Isso é Japão.
Kyoto é a cidade dos templos. E quem fala que templo é tudo
igual é porque nunca foi para lá. Cada um tem a sua beleza, a sua grandeza, o
seu significado, a sua emoção.
Começamos pelo mais famoso, o Kinkaku-ji, um templo pequeno
de dois andares, folheado a ouro, na beira de um lago, rodeado por um jardim
típico japonês. O que lhe falta em tamanho, é compensado pela sua beleza, formando um dos principais cartões postais do país.
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Nós 5 no Kinkaku-ji |
Kiyomizu-dera, o Templo da Água Pura, é um daqueles
templos antigos, imponentes, bem cara do Japão. Na verdade é um complexo com
vários templos e a grande atração é o principal, que tem uma varanda de madeira
em um precipício construída apenas por encaixes, sem usar um prego sequer.
O Templo Fushimi-Inari é coadjuvante perto dos seus 10.000
toris de cor laranja, todos com inscrições em japonês, em um caminho de 4 km
pela floresta. O Deus do Templo, Inari, provê prosperidade aos seus seguidores,
então as pessoas e empresas compram toris e doam ao templo fazendo com que o
número de toris não pare de crescer. As inscrições são os nomes das pessoas que
os doaram. Os toris variam de 1.750 a 13.000 dólares cada.
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Nós 2 em Fushimi-Inari |
O Sanjusangendo, ou Templo dos 1001 budas, impressiona
pelas estátuas de madeira em tamanho natural, dispostas em fileiras, onde um
buda é diferente do outro. Quem os protege são as 30 estátuas que representam
vários deuses, desses, só 2 eram humanos. Foi bem interessante.
Visitar templos é a cara do Japão.
Japão também é Bamboo Grove, um caminho todo encoberto de
bambus, abafado, quente, úmido. E único.
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Caminho de bambu |
Fizemos um day trip para Nara e conhecemos o Tempo Todaiji
que é a maior construção de madeira do mundo. Dentro tem o Daibutsu, o maior buda
dentro de um templo no Japão, com quase 15 metros de altura. Me emocionei ao me
deparar com o templo, tão poderoso aos meus olhos. Lindo, grande, imponente e
suave. Foi o momento que me tocou, que eu me dei conta que estava do outro lado
do mundo, tendo a oportunidade de ver coisas que cresci ouvindo. Tão distante,
tão perto, tão inimaginável, tão familiar. Surpreendente. Japão dentro de mim.
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A incrível visão deTodaiji |
No mesmo dia, passamos por Osaka, segunda maior cidade do
Japão e conhecida pela comida de rua. Uma loucura. O lema deles é “comer até
cair”. Isso também e Japão.
Em Kyoto presenciamos uma das 3 maiores festas do país, o Gion
Matsuri, uma festa de rua que reuniu 150.000 pessoas. Tradição em cima de
tradição, com os carros alegóricos, barracas de comida de rua, músicas típicas
e quimonos. O que mais me impressionou nessa festa foi a organização e limpeza.
Mesmo com esse número de pessoas, um lado da rua só ia e outro só voltava.
Tinha rua que era sentido único. Guardinhas em todos os lugares orientando
pessoas e carros. A cada esquina um quiosque de lixo reciclável. Isso é Japão!
De Kyoto partimos para Hiroshima. No mesmo dia conhecemos
Miyajima e o incrível templo sobre as águas e a história de Hiroshima, passando
pelo museu e pela Praça da Paz. Saí do museu calada e a mãe falou que na
primeira vez que ela foi para lá ela saiu tão pesada que não conseguia falar nada.
O mesmo aconteceu comigo. Uma história tão triste que mal dá para acreditar que
é tão recente. Mesmo não querendo, isso também é Japão.
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Memorial da Paz em Hiroshima |
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Nós 4 noTori de Miyajima |
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Templo no mar em Miyajima |
A brincadeira do “isso é Japão” veio porque de cada 3 frases
que eu falava, 1 era essa. A cada surpresa e encanto eu soltava um “isso é
Japão”.
Em Kyoto nos despedimos da Ligia e em Hiroshima da mae e do
Marques. Foram 2 semanas especiais, completamente fora da nossa rotina de casal
mochileiro. Além dos nossos tradicionais dois lados da mesma viagem, compartilhamos
mais 3 visões, cada uma trazendo um olhar, uma lembrança, um sentimento e
muitas, muitas compras. Muito obrigada pela disponibilidade de nos acompanhar e
pela disposição de andar o dia todo debaixo de um calor de 35 graus, subir e
descer escadas infinitas e comer em restaurantes baratinhos. Ficamos muito
felizes de dividir nosso encanto pelo Japão com as pessoas mais queridas de
nossas vidas. Depois desse “furacão”, hora de retomar nosso sabático a dois e
continuar nosso caminho.
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