Estamos em um ano sabático para conhecer o mundo e a nós mesmos. Para isso manteremos nossos olhos, mentes e corações atentos e abertos por onde estivermos. Toda semana faremos um relato do que passou e por onde passamos. Como tudo na vida tem dois lados, serão duas visões sobre os mesmos momentos.

domingo, 20 de julho de 2014

Tokyo

Bom pessoal,

Três coisas sobre Tóquio: a primeira é que parece que essa cidade não tem chão, areia, tamanha a quantidade de túneis de trem e metrô, ligações entre prédios e shopping subterrâneos. A segunda é que a cidade é extremamente limpa mesmo sem ter uma só lixeira nas ruas e a terceira é que tem muito japonês (o “Seu” Setuo já tinha me alertado sobre isso). E essa última me traz uma preocupação nova: não perder a Raquel na multidão. Rarararara. Perco a esposa mas não perco a piada. Brincadeirinha.

Na quarta fomos no consulado chinês e depois nos encontramos com a Tia, o Marques e a Lígia em Shibuya. Vimos o cruzamento e depois disso nosso mundo de mochileiro, que não compra nada e nem entra em lojas acabou. A primeira loja foi uma de hyakuen (loja de 100 ienes ou 1 dólar) onde passamos umas duas horas. Até nós compramos. Um monte daquelas coisinhas, bugigangas que só se encontra por aqui. Para almoçar tínhamos combinado de ir num restaurante de Shabu Shabu recomendado pelo tio Koji em Ginza, mas ainda na estação Shibuya resolvi, só para mostrar (na maior inocência), um supermercado que tem na estação para a Tia e a Lígia. Não saímos mais de lá e o almoço ficou para o dia seguinte. O supermercado é bem legal com peixe fresco, sashimi e sushi de toda espécie, frutos do mar, frutas, doces, comida pronta, bebidas e tudo que você possa imaginar de excelente qualidade. A felicidade e a alegria da Tia com aquela variedade e fartura (apesar do preço) foi o melhor. Compramos o almoço ali mesmo e comemos no hotel no nosso quarto (nossa cama virou mesa para café, almoço e jantar). Foi o primeiro sashimi que comi por aqui. Maravilhoso. A tarde fomos para Akihabara em uma loja de roupas, a UNIQLO, onde ficamos por mais duas horas. Aproveitei para comprar umas camisas novas pois as minhas já estão mais pra lá do que pra cá. Afinal são quase três meses usando pelo menos 2 vezes por semana.

Mas turismo, turismo, turismo que é bom nada. Então na quinta fomos para o parque Ueno, almoçamos o Shabu Shabu recomendado em Ginza e depois fomos para Asakusa conhecer o Templo Sensoji. Esse não é o templo mais importante de Tóquio (é o mais antigo) mas é o mais visitado e logo que chegamos entendi porque: entre primeiro Tori (portal) e o templo existem umas 3.000 lojinhas de souvenir, comidas, flores e tudo mais que se queira comprar. E os três compraram de tudo. Fomos conhecer o templo, o primeiro de muitos, um jardim muito bonito anexo e uma feirinha de comidas.

Templo Sensoji
Templo Sensoji
Nossa programação para o outro dia era a seguinte: sair as 4 da manhã para ir ao mercado de peixe Tsutiji e depois pegar o trem para Nikko. Mas chegando no hotel fomos informados que o tufão estava chegando a Tóquio naquela madrugada e que o dia seguinte não seria possível fazer nada pela manhã. Decidimos então antecipar as atividades de sábado para sexta e deixar o mercado e Nikko para o sábado mesmo sabendo que era praticamente impossível conseguir acesso ao mercado no sábado por causa da quantidade de gente que também querem conhecer o leilão de atum que acontece ali (o acesso é limitado a 120 pessoas por leilão). Para nossa surpresa (um misto de alegria, por não ter acontecido nada grave e de decepção, porque mudamos o roteiro) o dia seguinte amanheceu com céu azul e sem nuvens. Nada de tufão. E foi o dia mais quente até agora: 33°. Um calor dos infernos. Nesse dia conhecemos o palácio imperial ou o que é possível conhecer dele (o portão de entrada) e fomos também no prédio governamental, de onde se tem uma vista completa de Tóquio. Subimos até o 45° andar e vimos a cidade toda, só não foi possível ver o Monte Fuji (que até agora não vimos, nem de perto nem de longe) pois tinham muitas nuvens no horizonte. De lá fomos conhecer o templo mais importante de Tóquio, o Templo Meiji. Ele fica no meio do parque Yoyogi que é quase uma floresta no meio da cidade. Esse templo é muito bonito, tranquilo, sereno, todo de madeira com duas imponentes árvores, um de cada lado, no pátio central. Excelente local para orar, pensar e refletir. Como estava chovendo um pouco o clima era perfeito. Nem parecia que estávamos em uma megalópole. Ainda nesse dia voltamos para Akihabara para comprar minha câmera nova. Conseguir convencer o comitê.

Palácio Imperial

Vista de Tokyo

Templo Meiji

Templo Meiji

No sábado acordamos bem cedo (quase nem dormi) para ir no mercado de peixe. Chegamos por lá as 4:30 da manhã e não tinha mais acesso disponível. Eles abriram os portões as 4 e as 4:05 já estava cheio. Fomos então direto para Asakusa tomar café e pegar o trem para Nikko. Foi meu primeiro café da manhã tradicional japonês: missoshiro, arroz, carne, ovo e linguiça, ao som de João e Maria de Chico Buarque na voz de Nara Leão. Era o que estava tocando na rádio do restaurante. Demorei até para acreditar. De barriga cheia pegamos o trem e fomos para Nikko. Lá conhecemos principalmente o Templo Toshogu que é o maior. Na verdade é um complexo de templos. Na entrada tem os três Macacos (aqueles que um não vê, o outro não fala e o outro não escuta), o Templo do Gato Dormindo, o Templo do Dragão que Chora e outros. O principal local é o mausoléu de Taiyuin. Nikko é lugar muito bonito e ponto indispensável em uma viagem ao Japão.

Templo Toshogu
Templo Toshogu
Ponte da Felicidade - Nikko

Domingo pegamos nosso primeiro Shinkasen (trem-bala) para ir de Tóquio para Quioto. Compramos um Bentô (marmitex japonês) na estação de Tóquio e comemos dentro do trem. No Japão como os japoneses.


Valeu. 

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