Estamos em um ano sabático para conhecer o mundo e a nós mesmos. Para isso manteremos nossos olhos, mentes e corações atentos e abertos por onde estivermos. Toda semana faremos um relato do que passou e por onde passamos. Como tudo na vida tem dois lados, serão duas visões sobre os mesmos momentos.

domingo, 20 de julho de 2014

Os encantos de Tokyo

Uma semana não foi suficiente para conhecer Tokyo. A cidade tem atrativos que vão da dinâmica dos japoneses no metro às enormes lojas de departamentos, passando por lindíssimos templos e ruas de comércio com uma poluição visual e auditiva que nunca vi igual.

Da Tokyo Metropolitan Goverment, em Shinjuku, tivemos uma visão da cidade lá de cima. O que vimos foi uma cidade de prédios, altos, grandes e modernos. Tokyo é assim, lembra qualquer cidade grande, com suas largas avenidas, transporte publico eficiente, facilidades infinitas no dia a dia, pessoas correndo de um lado para outro.

Passamos por Shibuya para ver o impressionante maior cruzamento do mundo. São 5 faixas de pedestres que, quando o sinal abre, vira um formigueiro. O bairro também impressionou pelos grandes outdoors luminosos, lojas com letreiros luminosos, propagandas luminosas, tudo luminoso. Grande. E barulhento. É a menina em frente a cada loja anunciando as ofertas com microfone, é o som alto da outra loja, é a música que toca na rua. Tudo ao mesmo tempo. Acho que é para compensar o silencio dos japoneses.

Poluição visual e auditiva de Shibuya

Outro enorme centro comercial é Akihabara, ruas só de eletrônicos com lojas que ocupam 7 andares vendendo de tudo. O “Comitê” aprovou a troca da máquina fotográfica do Lucio que só não saiu mais feliz porque descobriu que a Nikkon era “made in Thailand”.

Ginza é como a 5 Avenida de NY, lojas chiquérrimas. Não andamos muito por lá, mas a região valeu pelo restaurante que nos proporcionou a experiência de comer um verdadeiro shabu shabu. É um prato típico japonês no qual você cozinha a carne e os legumes na água e, antes de comer, faz um “shabu shabu” em um dos 2 molhos disponíveis, à base de shoyu ou de gergelim.

O primeiro templo que visitamos foi no Parque Ueno. Foi lá que a mae ensinou a todos o ritual de lavar as maos e a boca e bater o sino. Achei o templo bem bonito, mal sabia o que ainda veria pela frente.

Nós 5 no Templo da Praça Ueno

No mesmo dia fomos para Asakusa conhecer o templo mais visitado da cidade, Senso-ji. Até chegar no templo, você passa por uma rua cheia de lojinhas. Nós 5 nos separamos e combinamos um horário para nos encontrarmos. Os únicos que conseguiram vencer as lojinhas e ver o templo foram eu e o Lucio. A Ligia, a mae e o Marques voltaram com várias sacolas de compras nas mãos. O templo é grande, todo vermelho e cheio de turistas.

Senso-ji

Deixamos o templo mais importante de Tokyo, Meiji-Jingu, por último. Ele fica no meio de um parque, tem um estilo mais antigo, cor de madeira, imponente. Com menos turistas, pudemos apreciar melhor o espaço, ver os detalhes, escrever os meus pedidos. Foi a primeira vez que rezei em um templo, rezei para o meu pai que faria uma operação no dia seguinte e pedi proteção para todos nós. Senti muita paz.

Meiji-Jingu

Desde o primeiro dia falamos em conhecer o Palácio Imperial. Acabamos deixando para o último dia, justo na sexta, quando o jardim se fecha para visitas. Acabamos deixando para o final também a visita no mercado de peixe para ver o leilão de atum. Chegamos às 4h30 da madrugada e os 120 ingressos disponíveis por dia tinham se esgotado às 4h05.

Fizemos um day trip para Nikko que tem um parque com belíssimos templos. Conhecemos o principal, Toshogu, que na verdade é um complexo com várias estruturas. Muito bonito, cheio de detalhes e cores. De lá vem a história dos 3 macacos sábios que significam “não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal”. Visitamos um templo menorzinho, Futarasan, bem diferente do primeiro. Mais simples, no meio da floresta, mais tranquilo, mais reflexivo.

Nós 2 na Ponte da Felicidade em Nikko

Além das atrações turísticas de Tokyo, nos divertimos simplesmente pelo fato de estar lá. Ver os japoneses dormindo no metrô, e os que não estão dormindo, em seus celulares, ver os homens bêbados voltando para casa, ver que todos vão trabalhar com calça preta e camisa branca, ver que a cada esquina tem um restaurante e que toda hora tem gente comendo, foram graças para nossos olhares. Perceber os costumes e rituais, o respeito, a disciplina, a organização e a gentileza desse povo tem me encantado a cada momento. Estou cada vez mais convencida que tenho um pezinho nesse país.  

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