Bom pessoal,
Acabo de fazer
40 anos, e os últimos 15 morando em São Paulo. Antes disso morei em vários
lugares. Todos no nordeste. Sou de Fortaleza, mas depois de morar tanto tempo
em Sampa, já me considero um “cearistano”: um cearense paulistano.
Falo
muito, interrompo as pessoas, tento sempre antecipar o que vão dizer e quase
sempre erro. Tento também me conter, mas pelo menos uma vez em uma conversa
faço novamente. Mas também sou bom ouvinte.
Tranquilo,
calmo, paciente e resiliente. Aprendi desde cedo com meus pais a ter paciência e
aguardar o momento certo. "Tem
momento pra tudo nessa vida". Sei que as coisas não caem do céu e que
quem fica parado é poste, corro atrás do que quero e acredito, busco o que
desejo, mas sei esperar. É isso.
Sou
um cara simples. Gosto de conforto, de viver bem, mas não preciso de muito. Não
preciso de carro do ano, do último modelo de TV ou computador ou celular, nem
de coisas bonitas que não vou usar. Preciso sim de uma boa câmera fotográfica (tenho
algumas mas estou "precisando" de outra). Meu hobby é fotografar, além de beber cerveja e vinho. Gasto com o que
gosto.
Gosto de ser
engraçado (deve ser coisa do sangue), de divertir, de fazer rir, de rir, de contar
histórias e escutar causos. Só com os amigos e família. Também sou tímido.
Sou intuitivo,
faço coisas porque sim e deixo de fazer outras porque não. Sem mais detalhes.
Às vezes gosto sem motivo e às vezes não simpatizo sem razão. A vida é muito
curta pra ficar pensando na morte da bezerra a todo momento. Não preciso seguir
o roteiro mas preciso ter um destino.
Eu e a Raquel
estamos casados a 9 anos (sem contar o ano de test driver) e não temos filhos. Deve ser muito bom, legal, mas
ainda não. Quem sabe. Nosso foco esse ano, o ano do nosso décimo aniversário de
casamento é viajar e conhecer o mundo.
A Raquel é linda,
brava, lógica, tudo tem que fazer sentido e ter uma razão. A frase padrão dela
é: me convença. Porque sim ou porque não pra ela definitivamente NÃO É
RESPOSTA. Ela também é meio sem graça, não é muito divertida. Não ri de nada,
só de mim e do The Big Bang Theory. E
eu rio muito dela. Aliás rimos bastante juntos. Justa, correta e inteligente
(deve ser coisa do sangue), ela também é uma excelente cozinheira. Faz um pouco
de tudo, menos doce, e muito bem. Aos domingos a cozinha é dela, é o seu mundo.
Posso dizer que passo muito bem. Sempre preocupada com a qualidade de vida
busca equilibrar tudo: alimentação, trabalho, vida pessoal, exercícios, família
etc.
Eu sou
contador de profissão mas ela é o financeiro da casa. Temos uma única conta
bancária e portanto um "único" salário. Resolvemos todos os gastos
junto, dos menores aos maiores. Tudo é discutido e aprovado em "comitê"
com maioria simples. Se houver empate o voto de minerva é dela, lógico. Para
essa viagem, o "comitê" definiu o orçamento: será um sabático low cost, com hospedagem em hostel e utilização de transporte
público. Mas eu que estou fazendo as reservas nos hotéis. Pelo menos assim eu
garanto que não vamos voltar com mais dinheiro do que quando começamos.
Eu a amo
muito. É a mulher da minha vida (e dos sonhos): simples, prática, independente,
sem frescura, que gosta de viajar, beber e comer bem. Capaz de viver por um ano
com o que consegue carregar nas costas. E principalmente me suporta. Gosto de
dizer pra ela uma frase de uma música do Osvaldo Montenegro: "Te amo pra sempre, mas sempre não é todo dia".
Não faria essa viagem com mais ninguém.
Pra terminar,
li um texto sobre viagem e gostei muito. Bem apropriado. A pessoa dizia que foi
viajar e não voltou. E acho que é isso vai acontecer com a gente. O EU que vai
começar esse sabático provavelmente não deve voltar. Quem vai voltar será uma
outra pessoal que ainda não conheço. Acredito ser impossível voltar o mesmo
depois de ver tanta coisa, de presenciar tantas formas de se viver, de assistir como
pequenas coisa para alguns é o mundo para outras, de constatar que precisamos
de tão pouco. Quando começamos a pensar em fazer essa viagem me perguntaram o
que eu mais temia, e eu disse que era encontrar meu lugar no mundo e não poder
ficar lá o resto da minha vida. Mas pensando melhor isso já aconteceu. Aprendi também
como com meus pais que o meu lugar no mundo é onde eu estou agora, ou seja,
"bom é onde estou".
Valeu
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