Estamos em um ano sabático para conhecer o mundo e a nós mesmos. Para isso manteremos nossos olhos, mentes e corações atentos e abertos por onde estivermos. Toda semana faremos um relato do que passou e por onde passamos. Como tudo na vida tem dois lados, serão duas visões sobre os mesmos momentos.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Começamos

Bom pessoal


Começamos. Com alguma dificuldade mas começamos nossa viagem. Dificuldade porque ainda no aeroporto em Guarulhos a pessoa da companhia aérea não queria nos deixar embarcar porque não tínhamos as passagens de retorno ao Brasil. Explicamos tudo e nada dela ceder. Ela disse que se chegássemos na Europa sem a passagem de volta não nos deixariam entrar e nos mandavam de volta. Explicamos que não estávamos indo para a Europa e sim para a África e que temos todas as passagens de entrada e saída para os próximos 90 dias e nada. Até que ela cedeu e disse que se quiséssemos ariscar ok. Então ok. No fim nem passamos pela imigração em Madri só em Marrakech.


E chegamos. Depois de mais de 20 horas chegamos em Marrakech. Encontrar o hotel, ou melhor, a Riad foi outra aventura. Pegamos um ônibus e descemos na praça Jamee el fna que é onde tudo acontece. Seguimos as indicações e chegamos em um beco. Isso mesmo um beco sem saída cheio de outros becos adjacentes e com muitas portas. Daqueles que não passam duas bicicletas uma do lado da outra. Será que é aqui mesmo? Sim, era. Chegamos e tocamos a campainha e nada. A vizinha da frente estava sentada na porta de sua casa então perguntamos se ali era ali mesmo. E era. Tocamos de novo e nada. Até que pedimos para a tal vizinha ligar para o cara pois estamos sem celular (o meu foi cancelado e o da raquel agora é pré sem credito). Logo logo o cara chegou e disse que estava na entrada do beco (o dito beco é longo, uns 200 metros, e em formato de L, da porta da Riad não dá pra ver a entrada). Ou seja, passamos por ele sem saber. Apesar da insistência de vários "amigos" quererem nos ajudar a chegar, não aceitamos. Nós apenas seguimos instruções claras dele mesmo no e-mail da reserva de não aceitar ou solicitar informações de ninguém. Dizem que por aqui qualquer solicitação de ajuda custa alguns Dihrans (moeda local). Não sei quantos porque não pedi nenhuma informação. O orçamento não comporta.
Riad é uma casa típica marroquina, quadrada com um pátio central para onde todas as janelas dos quartos são viradas, sem quintal, somente com uma porta externa. É simples, decorada com azulejos e plantas e tem também um terraço. Todas as riads tem terraço. Nosso quarto é no térreo portanto o pátio central é extensão do nosso quarto. Tem tudo que se precisa.

Tentar resumir Marrakech em um palavra talvez seja impossível, mas tem uma que chega perto: confuso. É isso, Marrakech é confuso. Confuso mas funciona. Confuso mas todos se entendem. Não existe mapa para andar pela Medina (bairro antigo), não existe língua que eles não falem, não existe desculpa para não comprar se você perguntar quanto custa. Sempre dá negócio. Cheia de ruelas e becos em todas as direções, comércios de todo tipo e qualidade, restaurantes em todo lugar. E os cheiros? Tem cheiro de tudo, tudo junto e misturado. Cheiro de pão feito na hora, cheiro de especiarias, cheiro de comida, cheiro de azeitona fresca, de chá de menta, cheiro de cocô de cavalo e de mofo. Talvez isso seja o que mais impressiona: o cheiro. O cheiro e a multidão de pessoas que vem e que vai pelas ruelas e becos não se sabe de onde ou para onde. E não é só gente que passa pelas ruelas. São bicicletas, mobiletes, carroças e até carro. Tem-se sempre a impressão de que você está sendo seguido, pois tem sempre alguém atrás e muito próximo à você. Ai você para para saber o que acontece e a pessoa simplesmente passa como se você não existisse. Insegurança mesmo só na nossa cabeça acostumada com a desconfiança geral.

Na praça Jamee el fna tem de tudo. De "encantadores" de serpente com sua musica insuportável depois do segundo dia a barracas de comidas típicas. Aqui come-se bem e barato. Cuscuz e tarine são as comidas mais comuns. Além do pão claro. Comemos em alguns restaurantes e também nas barracas de comida da praça. Visitamos os principais pontos turísticos da cidade como: o palácio Bahia, as ruínas de outro palácio, o jardim de Menara e mesquita. Mas o principal de tudo é a Medina e essa nós vivemos. Um aviso: caso você goste de viajar e fazer comprinhas tipo coisa de decoração, lembranças, tecidos, lanternas de metal, não venha para Marrakech, talvez você tenha que voltar de navio.

Esse é meu primeiro contato com a cultura e com povo árabe. E tudo é muito bom. Depois desse pequeno espaço de tempo deu para perceber que eles são muito simples, práticos e divertidos, sempre com um sorriso no rosto pra te receber mesmo que você recuse a oferta.

Valeu



5 comentários:

  1. Kkkk... mto legal!!
    Muito interessante como cada um realmente percebe as coisas de uma forma diferente.
    Beijos e boa viagem!

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  2. Nossa..estou achando o maximo estes visões diferentes. .O Lucio sempre.animado e a Raquel mais realista..kkk..a gente está aqui comentando que vamos que ter que esperar mais uam semana pra saber mais? Kkkk...bjs e aproveitem de coraca e mente abertos..

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  3. Adorei o blog Raquel, vou acompanhar vcs! se divirtam e nos contém td! beijos

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