Estamos em um ano sabático para conhecer o mundo e a nós mesmos. Para isso manteremos nossos olhos, mentes e corações atentos e abertos por onde estivermos. Toda semana faremos um relato do que passou e por onde passamos. Como tudo na vida tem dois lados, serão duas visões sobre os mesmos momentos.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Norte da Tailandia

Voltamos para a Tailandia para conhecer o norte do país. Do hotel de Hpa-An, nossa ultima hospedagem em Myanmar, até o hotel de Pai na Tailandia, foi um longo caminho. Tomamos o ônibus noturno às 19h00 e chegamos em Yangon às 3h00. Um taxi nos deixou no aeroporto onde dormimos nos bancos até a hora do avião que nos levou para Bangok. Chegando lá pegamos um trem local até a estação central. Deixamos nossas mochilas e fomos resgatar o computador do Lucio que tinha ficado para consertar há 20 dias. E a surpresa foi que o computador estava do jeito que deixamos, esperando a aprovação do orçamento, que já tinha sido feita, para iniciar o conserto. Depois de uma grande irritação, e nessas horas o que já é difícil em português, torna-se mais difícil em inglês e piora quando o outro lado fala um inglês pior que o seu, a linguagem universal da indignação e do falar alto fez com que o computador estivesse pronto em 5 horas, tempo suficiente para voltamos para a estação e pegar o trem noturno para Chiang Mai. Um trem super arrumadinho, uma cabine com 2 beliches, todas as camas separadas por cortinas individuais, com ar condicionado e lençol limpo. Tá certo que não teve a mesma graça do trem de Myanmar, mas o conforto foi incomparável, dormimos como bebes. Às 11 horas do dia 2 chegamos em Chiang Mai mas ainda não no nosso destino final. De lá pegamos uma caminhonete até a estação de ônibus onde tomamos uma van de 4 horas e, após 762 curvas, chegamos em Pai às 17 horas.

Pai é uma cidadezinha tranquila no meio da montanha. É bastante turística para os ocidentais hippies, para os chineses (eles estão em todos os lugares) e também para os tailandeses. Existe um clima gostoso de não se fazer nada por ali, só deixar o dia passar e à noite passear no mercado de rua que vende de tudo, mas a minha diversão eram as comidas: frango frito, linguiça com arroz (é bem boa, o arroz é misturado na própria linguiça), pad thai, shake de manga, panqueca de banana e por aí vai...

Em um dos dias alugamos uma moto e fomos passear pelos pontos turísticos: uma cachoeira “fraquinha”, um canion que mais parecia um vale, uma ponte do tempo da 2 guerra que não tinha nada de mais e um templo com um buda branco que estava sendo restaurado. É, o melhor da cidade realmente foi deixar o tempo passar...

Nós 2 no canion

Canion

Nós 2 de motoca

Buda branco

Depois fomos para Chiang Mai, apesar de ser a segunda maior cidade da Tailandia, é bem calma, parece cidade do interior. La, como em Bangok, tem templos a cada esquina, uns maiores, outros menores, e sempre com monges e locais em seus rituais de oração. O mais bonito foi o Wat Chedi Luang onde pudemos acompanhar uma cerimonia dos monges, todos jovenzinhos, deviam ter uns 20 anos. O mais grandioso foi o Wat Phra Doi Suthep no alto de uma montanha, todo dourado, cercado por rituais locais. 

Cerimonia no Wat Chedi Luang

Rituais no Wat Phra Doi Suthep

Aproveitamos também as feiras noturnas, tem uma que rola de segunda a sábado e outra especial no domingo. Fomos nas duas, todas cheias de bugigangas, arte e comida, para todos os gostos e bolsos. 

Em Chiang Mai compramos aquele combinado de transporte para nos levar até Luang Pragang, no Laos, uma viagem de 3 dias, 2 noites. No meio do caminho paramos para ver o Templo Branco em Ching Rai, muito bonito e bem diferente de qualquer outro templo que já vimos por aí. Ele foi desenhado por um artista local contemporâneo e apresenta traços bem modernos. Logo na entrada tem um lago cheio de mãos saindo da terra que representa a cobiça humana. Dentro do templo tem a parede do ocidente com desenhos do Michel Jackson, Matrix, Kung Fu Panda, Osama Bin Laden, Torres Gemeas e afins que representam nosso estilo de vida atordoado. E do lado oposto tem a parede do oriente com uma imagem do buda iluminado. Fomos ver um templo e ganhamos de brinde uma arte pop.

Desde a nossa primeira parada na Tailandia temos ensaiado fazer a massagem tailandesa, até que no penúltimo dia ou era agora ou nunca mais. E lá fomos nós, a 6 dólares uma massagem de 1 hora. Trocamos de roupa, deitamos na maca e a massagista veio atrás, subindo na maca também. E começa, apertando todos os músculos que você sequer imaginava existir, e faz pressão com os dedos, com o cotovelo, e te vira de um lado, e de outro, te alonga, te coloca de costas, sobe em cima, te empurra com os pés, puxa aqui, e depois ali, uns crec crec pra tudo que é lado. Não é exatamente uma massagem relaxante, tampouco erótica como é conhecida no Brasil, mas saí com uma sensação de estar novinha em folha.

Foi uma passagem rapida de volta à Tailandia e parece que voltamos para um outro país, com um turismo mais local, mais religiosa, mais acolhedora e muito mais barata. E assim finalizamos mais um país, nosso recorde de 36 dias no total, conhecendo o melhor desse lugar de belas paisagens com uma facilidade que só a Tailandia tem.


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