Estamos em um ano sabático para conhecer o mundo e a nós mesmos. Para isso manteremos nossos olhos, mentes e corações atentos e abertos por onde estivermos. Toda semana faremos um relato do que passou e por onde passamos. Como tudo na vida tem dois lados, serão duas visões sobre os mesmos momentos.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O mix cultural da Malasia e de Singapura

Quando planejamos nossa volta ao mundo, a Malasia aparecia como um dos países a visitar, mas entre um ajuste e outro no roteiro, ela acabou se tornando um coringa que saia e entrava de acordo com a prioridade de outros países. No final das contas a mantivemos e não me arrependo.

A religião predominante é o islamismo e o povo é uma mescla de chineses, indianos e malaios. Uma mistura capaz de mudar qualquer referência e onde todos vivem em harmonia. Diferente de outros países islâmicos que visitamos no começo da viagem, aqui a mulher tem papel atuante fora de casa e o bonito foi vê-las cobertas com o véu andando pra cima e pra baixo.

Chegamos em Kuala Lumpur, capital do país, bem desenvolvida e ocidentalizada. Trocamos os tuk tuk por um sistema de transporte super eficiente que nos leva para qualquer lugar, em geral um grande shopping center com ar condicionado. Mas a grande atração da cidade são as torres Petrona, que já foram as mais altas do mundo, hoje ocupam o 7 lugar. Claro que uma cidade como essa também tem uma Chinatown e uma Little India onde caminhamos e nos lembramos das características desses países.

Praça Central de KL

Nós 2 na Petronas

Batu Cave, templo hindu

No ultimo dia, sem muita coisa para fazer, o Lucio conseguiu me convencer a visitar um aquário. Não sou muito de animais, peixe então, só pra comer. Mas não é que foi interessante, vimos mini tubarões, arraias gigantes, tartarugas e uma infinidade de peixes diferentes.

Arraia gigante em cima do Lucio

Já faz um tempo estávamos querendo comer carne de vaca, não esses pedacinhos tostados e duros que vem nos pratos com legumes, noodles ou arroz tão comuns no sudeste asiático. Nossa vontade era de um bifão suculento, carne de verdade. Em todas as grandes cidades que passávamos procurávamos por churrascaria brasileira e, em geral, encontrávamos, a preços de uma boa churrascaria no Brasil, mas comparando com nossas refeições daqui, absurdamente caras, preço para nos alimentar por uma semana almoço e janta. Mas com uma lombriga que já não cabia mais dentro da gente resolvemos abrir o caixa 2 e nos esbaldar em uma churrascaria chamada Samba, com sócios brasileiros e chinês. Além de comer um boi inteiro cada um, ainda matamos saudades de pão de queijo e brigadeiro. Barriga extremamente feliz!

De lá fomos para Melaca, uma cidade a 2 horas de KL indo para o sul que teve colonização portuguesa além de tantas outras. Nada de mais, uma praça do relógio, ruínas de igreja católica e uma walk street com coisas para turistas. O melhor foi a comida típica de lá, uma variação de chicken and rice onde o rice são bolinhas de arroz.

Chicken and Rice ball

Ruinas da igreja

Seguindo para o sul chegamos em Singapura, uma cidade Estado de primeiro mundo que já foi parte da Malasia e se tornou independente em 1965. Além da mistura que já estávamos vendo há alguns dias de chineses, indianos, malaios e muçulmanos, se juntaram vários ocidentais engravatados já que uma boa parte da população é composta de expatriados. Além de uma Chinatown e de uma Little India, ainda tem uma Arab Street. Templos hindu, budista e mesquitas se misturam assim como as pessoas, formando a cara do lugar.

Singapura à noite

Marina Bay é a região mais bonita da cidade, cartão postal onde tem os 3 prédios ligados por uma piscina lá o topo. É nessa região que concentram grandes empresas, uma área que me lembrou a Berrini, em SP. No final do dia os que não estão em happy hour nos restaurantes e bares chiques ao redor, estão correndo pelo parque. Me lembrou muito da minha vida de SP e quase deu uma pequena saudade disso tudo. Mas já passou....

Nós 2 na Marina Bay

Achei incrível como um país tão pequeno conseguiu criar tantas atrações turísticas, isso mesmo, criar. Parece uma Disneylandia, de tão perfeitas que as coisas lhe parecem. Visitamos um jardim futurístico com árvores e plantas importadas além de estufas que simulam climas de diferentes regiões do planeta para a manutenção dos organismos lá existentes. Na falta de praia, eles também criaram uma na ilha Sentosa, mais ao sul da cidade, onde tem um complexo com a Universal Studio e várias outras atrações para bolsos mais abastados.

Floresta Tropical

Árvore da floresta tropical

Praia em Sentosa Island

Depois de meses enfrentando os carros, motos e tuk tuk de igual para igual, fui surpreendida quando vi todos os pedestres parados esperando o sinal abrir, mesmo que na rua não tivesse nenhum carro. Tivemos que dar uma freada naquele atropelo e bagunça que estávamos acostumados. Povo civilizado, meio de transporte impecável, país rico, muito luxo, água de torneira potável (faz 6 meses que só tomamos água de garrafa).

Tudo isso tem o seu preço e aqui isso se refletiu na hospedagem. Acostumados a pagar 10 dolares por um quarto privado com banheiro nos assustamos com os 50 dolares cobrados por aqui. A solução foi ficar em um dormitório com outras 14 pessoas, e mesmo assim a conta saiu por 15 dolares cada. Minha primeira vez em um dormitório, não poderia dar uma volta ao mundo de mochila e não ter a experiência de dividir um quarto. A maior dificuldade foi não poder montar nossa favelinha, nome carinhoso para nossa rotina quando chegamos nos hotéis: mochilas no chão, roupas espalhadas e varal passando por cima da cama. De resto, apesar de zero de privacidade, não foi nada mal. O Lucio brincou que se me jogar no mar com uma aspirina na mao, vao me tirar de lá com ela inteira. Pra deixar de ser mao de vaca vou ter que morrer e nascer de novo.

A comida na Malasia e em Singapura é parecida, como sempre noodles e chicken and rice. O tempero é mais forte, sabor bem marcante de soya sauce. E por causa de toda essa mistura de povos, tem comida indiana, árabe, chinesa, japonesa, peruana, o que você quiser.

Comida tipica da Malasia e Singapura: noodles com porco e dumpling

Variação sobre o mesmo tema

Foram 10 dias, um certo respiro de civilização que me surpreendeu pela mescla de etnias e religiões. E continuamos nossa caminhada, agora atravessando a linha do Equador pela primeira vez, seguimos para a Indonésia.


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