Quando planejamos nossa volta ao mundo, a
Malasia aparecia como um dos países a visitar, mas entre um ajuste e outro no
roteiro, ela acabou se tornando um coringa que saia e entrava de acordo com a
prioridade de outros países. No final das contas a mantivemos e não me
arrependo.
A religião predominante é o islamismo e o povo
é uma mescla de chineses, indianos e malaios. Uma mistura capaz de mudar
qualquer referência e onde todos vivem em harmonia. Diferente de outros países
islâmicos que visitamos no começo da viagem, aqui a mulher tem papel
atuante fora de casa e o bonito foi vê-las cobertas com o véu andando pra cima
e pra baixo.
Chegamos em Kuala Lumpur, capital do país, bem desenvolvida
e ocidentalizada. Trocamos os tuk tuk por um sistema de transporte super
eficiente que nos leva para qualquer lugar, em geral um grande shopping center
com ar condicionado. Mas a grande atração da cidade são as torres Petrona, que já
foram as mais altas do mundo, hoje ocupam o 7 lugar. Claro que uma cidade como
essa também tem uma Chinatown e uma Little India onde caminhamos e nos lembramos
das características desses países.
![]() |
Praça Central de KL |
![]() |
Nós 2 na Petronas |
![]() |
Batu Cave, templo hindu |
No ultimo dia, sem muita coisa para fazer, o
Lucio conseguiu me convencer a visitar um aquário. Não sou muito de animais,
peixe então, só pra comer. Mas não é que foi interessante, vimos mini tubarões, arraias gigantes, tartarugas e uma infinidade de peixes diferentes.
![]() |
Arraia gigante em cima do Lucio |
Já faz um tempo estávamos querendo comer carne
de vaca, não esses pedacinhos tostados e duros que vem nos pratos com legumes,
noodles ou arroz tão comuns no sudeste asiático. Nossa vontade era de um bifão
suculento, carne de verdade. Em todas as grandes cidades que passávamos
procurávamos por churrascaria brasileira e, em geral, encontrávamos, a preços
de uma boa churrascaria no Brasil, mas comparando com nossas refeições daqui,
absurdamente caras, preço para nos alimentar por uma semana almoço e janta. Mas
com uma lombriga que já não cabia mais dentro da gente resolvemos abrir o caixa
2 e nos esbaldar em uma churrascaria chamada Samba, com sócios brasileiros e
chinês. Além de comer um boi inteiro cada um, ainda matamos saudades de pão de
queijo e brigadeiro. Barriga extremamente feliz!
De lá fomos para Melaca, uma cidade a 2 horas
de KL indo para o sul que teve colonização portuguesa além de tantas outras.
Nada de mais, uma praça do relógio, ruínas de igreja católica e uma walk street
com coisas para turistas. O melhor foi a comida típica de lá, uma variação de
chicken and rice onde o rice são bolinhas de arroz.
![]() |
Chicken and Rice ball |
![]() |
Ruinas da igreja |
Seguindo para o sul chegamos em Singapura, uma cidade Estado de primeiro mundo que já foi parte da Malasia e se tornou
independente em 1965. Além da mistura que já estávamos vendo há alguns dias de
chineses, indianos, malaios e muçulmanos, se juntaram vários ocidentais
engravatados já que uma boa parte da população é composta de expatriados. Além
de uma Chinatown e de uma Little India, ainda tem uma Arab Street. Templos
hindu, budista e mesquitas se misturam assim como as pessoas, formando a cara do lugar.
![]() |
Singapura à noite |
Marina Bay é a região mais bonita da cidade, cartão
postal onde tem os 3 prédios ligados por uma piscina lá o topo. É nessa região que
concentram grandes empresas, uma área que me lembrou a Berrini, em SP. No final
do dia os que não estão em happy hour nos restaurantes e bares chiques ao
redor, estão correndo pelo parque. Me lembrou muito da minha vida de SP e quase
deu uma pequena saudade disso tudo. Mas já passou....
![]() |
Nós 2 na Marina Bay |
Achei incrível como um país tão pequeno
conseguiu criar tantas atrações turísticas, isso mesmo, criar. Parece uma
Disneylandia, de tão perfeitas que as coisas lhe parecem. Visitamos um jardim
futurístico com árvores e plantas importadas além de estufas que simulam climas
de diferentes regiões do planeta para a manutenção dos organismos lá
existentes. Na falta de praia, eles também criaram uma na ilha Sentosa, mais ao
sul da cidade, onde tem um complexo com a Universal Studio e várias outras
atrações para bolsos mais abastados.
![]() |
Floresta Tropical |
![]() |
Árvore da floresta tropical |
![]() |
Praia em Sentosa Island |
Depois de meses enfrentando os carros, motos e
tuk tuk de igual para igual, fui surpreendida quando vi todos os pedestres
parados esperando o sinal abrir, mesmo que na rua não tivesse nenhum carro.
Tivemos que dar uma freada naquele atropelo e bagunça que estávamos
acostumados. Povo civilizado, meio de transporte impecável, país rico, muito
luxo, água de torneira potável (faz 6 meses que só tomamos água de garrafa).
Tudo isso tem o seu preço e aqui isso se
refletiu na hospedagem. Acostumados a pagar 10 dolares por um quarto privado
com banheiro nos assustamos com os 50 dolares cobrados por aqui. A solução foi
ficar em um dormitório com outras 14 pessoas, e mesmo assim a conta saiu por 15
dolares cada. Minha primeira vez em um dormitório, não poderia dar uma volta ao
mundo de mochila e não ter a experiência de dividir um quarto. A maior
dificuldade foi não poder montar nossa favelinha, nome carinhoso para nossa
rotina quando chegamos nos hotéis: mochilas no chão, roupas espalhadas e varal
passando por cima da cama. De resto, apesar de zero de privacidade, não foi
nada mal. O Lucio brincou que se me jogar no mar com uma aspirina na mao, vao
me tirar de lá com ela inteira. Pra deixar de ser mao de vaca vou ter que
morrer e nascer de novo.
A comida na Malasia e em Singapura é parecida,
como sempre noodles e chicken and rice. O tempero é mais forte, sabor bem
marcante de soya sauce. E por causa de toda essa mistura de povos, tem comida
indiana, árabe, chinesa, japonesa, peruana, o que você quiser.
![]() |
Comida tipica da Malasia e Singapura: noodles com porco e dumpling |
![]() |
Variação sobre o mesmo tema |
Foram 10 dias, um certo respiro de civilização
que me surpreendeu pela mescla de etnias e religiões. E continuamos nossa
caminhada, agora atravessando a linha do Equador pela primeira vez, seguimos
para a Indonésia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário