Estamos em um ano sabático para conhecer o mundo e a nós mesmos. Para isso manteremos nossos olhos, mentes e corações atentos e abertos por onde estivermos. Toda semana faremos um relato do que passou e por onde passamos. Como tudo na vida tem dois lados, serão duas visões sobre os mesmos momentos.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Indonesia, uma preguiça sem fim...

Não foi paixão à primeira vista. Na verdade demorou para eu entrar no clima. É o país mais malandro que passamos, parece que o tempo todo somos passados pra tras, qualquer desatenção e lá se foram algumas rupias indevidas. Tudo, absolutamente tudo, precisa ser negociado, transporte, hotel, passeio, garrafa de água e até comida nos restaurantes. Aconteceu duas vezes, estávamos em restaurantes bem turísticos e com preços lá em cima. Quando fizemos menção de nos levantarmos veio o garçom dizendo que fazia um good price (quase 50% de desconto). E na verdade como é tudo muito barato, muitas vezes nem percebemos que estamos pagando overpriced. Teve aquele golpe do Money Exchange logo nos primeiros dias que também me deixou chateada. E o que dizer da propina para a polícia? Deixamos de alugar moto nos lugares mais movimentados porque sabíamos que os policiais param os estrangeiros para conseguir dinheiro. Cheguei a ler para já deixar separado o dinheiro da policia (a mesma história que ouvimos no Brasil da carteira para o ladrão). Uma coisa ruim que não deveria acontecer, mas que todo mundo sabe que acontece e já que é inevitável já se prepara para o pior. Corrupção na cara dura.

Terraço de arroz Tegalalang, Ubud, Bali

Além disso nos pegou em um momento da viagem que estávamos muito cansados, vindo de uma andança pelo sudeste asiático em uma “rooteza” total. Teve um fator emocional que me pegou, que foi a compra da passagem de volta ao Brasil. Para garantir melhor preço tivemos que antecipar nossos próximos passos e já comprar a passagem. Foi difícil lidar com o significado de ter uma passagem de volta, foi sentir o nosso sonho se aproximando do fim... Diante de tantas emoções tivemos uma briga feia, na verdade não tão feia, mas muito intensa de sentimentos. Aquelas conversas que temos 1 vez a cada 3 anos, aconteceu logo que chegamos nas ilhas Gilis. E para terminar, uma infecção intestinal em mim nos primeiros dias e nos últimos dias uma inflamação na garganta que tive que tratar com antibiótico, e que 2 dias depois acordei com o rosto inchado descobrindo assim que sou alérgica a esse antibiótico. E uma gripe no Lucio que durou quase o mês inteiro, também tratada com antibiótico. Ficar doente é ruim em qualquer situação, mas longe de casa e sozinhos é bem complicado. Apesar de estarmos com seguro saúde e uma farmácia bem recomendada pelo meu pai médico, parece que a gente fica mais vulnerável. Enfim, deve ser o corpo reclamando do cansaço.

No meio desse cenário de nuvens negras os dias foram passando. E entre uma praia e outra, um ceu azul e um mar mais azul ainda, aquele sorriso simples que eu tanto amo nas pessoas locais, mais descansados, alma mais leve, fui me entendendo comigo mesma, com o Lucio e com o lugar. E depois de 1 mês vem de novo aquele sentimento que já senti tantas outras vezes ao deixar um país, de não querer partir. E talvez dessa vez porque ao partir me despediria de todo o Sudeste Asiático, de toda a Ásia, e entraríamos na nossa última etapa da viagem, a Oceania.

Oferenda, em todos os lugares

Templo dos macacos, Ubud. O macaco já ia abrindo a mochila do Lucio.

Começamos e terminamos nossa estadia em Kuta, a primeira vez porque era a cidade mais perto do aeroporto com todas as facilidades para os turistas. Ficamos apenas 2 dias para nos ambientarmos com o país e logo partimos para Gili Air, em Lombok. Uma ilhazinha paradisíaca, onde o meio de transporte é a bike ou a charrete. Na verdade não precisa de mais do que isso já que para dar um volta completa na ilha caminhando não leva mais do que 1 hora e meia. Tivemos 1 semana de praia, descansando o corpo e acalmando o coração.

Refeitos de tantas emoções, voltamos para Bali e fomos conhecer Ubud. Ainda naquela preguiça sem fim, passamos 8 dias vendo os ícones da Indonésia: campos de arroz, templos e oferendas. Em um dos dias alugamos uma bike e andamos 30 Km para conhecer o terraço de arroz de Tegalalang e o templo das águas. O que não sabíamos era que a ida era somente subida. Debaixo daquele sol que só a Indonesia sabe fazer por você. No meio do passeio fiquei com raiva de termos alugado bike e não moto, e ao inferno com a propina. Mas na volta foram 15 Km de pura descida, e viva a bike. No outro dia contratamos um passeio, aí sim, de van e ar condicionado, que nos levou para vários templos mais distantes, uma vista do vulcão e do lago Batur e terminou com um almoço com vista para mais plantações de arroz. O que eu mais gostei foi o Tirta Empul Holy Water Temple, um dos principais templos para os balineses onde tem um ritual de purificação cheio de significado. Cada fonte tem um poder que cura os males do corpo e da alma e as pessoas precisam se banhar em todas elas, menos em 2 que são específicas para redenção. As oferendas estão presentes em todos os lugares, assim como em todo os outros templos e assim como em toda a cidade.

Tirta Empul Holy Water Temple

Nós 2 em Tegalalang, passeio de bike

Mother Temple

Arroz, arroz, arroz... vista do nosso restaurante que queria nos extorquir e acabamos pagando metade do preço do cardápio.

Assistimos a uma performance de dança balinesa, feita para turistas mas muito bem produzida. São interpretações das histórias do país que contam com uma expressão impressionante através dos rostos e dos olhos dos dançarinos. Ficamos hipnotizados pelas mãos e pelos pés que se entortam com a mesma facilidade do sorriso que acompanha toda a exibição.


Dança Balinesa, Lotus Temple



Fizemos nossas mochilas e voltamos para as praias, dessa vez para o sul, em Padang Padang/Uluwatu, região muito conhecida pelos surfistas e pelos brasileiros. São praias mais rusticas, bem no meio da natureza e dos penhascos. Continuamos no esquema da preguiça sem fim de pegar um solzinho, comer, beber e dormir. Com tantos brasileiros é claro que tem um restaurante brasileiro e é claro que fomos lá comer um feijãozinho. Sem sal. Depois de 10 meses viajando descobrimos que a melhor comida é sempre a local. Mas também descobrimos que a comida de casa, mesmo sem sal, sempre traz um conforto que não dá pra explicar.


Uluwatu Temple

Por do sol em Uluwatu Temple

E voltamos para Kuta. Sabemos que ali não tem as melhores praias mas tem as melhores facilidades. E nos preparando para os últimos países de nossa volta ao mundo tudo o que queríamos era boa internet, ar condicionado, chuveiro com água quente, fartura de restaurantes e facilidade de transporte. 

Vou embora com a sensação que fui um pouco injusta com a Indonesia, parece que nao aproveitei tudo que tinha que aproveitar. Ficamos 1 mes na preguiça, fazendo tudo devagarinho... faltou um pouco de disposição física também dado os problemas de saúde que tivemos, quando não era eu era o Lucio que estava de cama. Mas talvez seja aquela minha ansiedade me condenando, de ter que fazer tudo, de ter que aproveitar o máximo... é, mesmo depois de 10 meses de viagem ainda sofro dela... pensando bem, talvez a melhor maneira de aproveitar fosse essa mesma, aos poucos, deixando o dia passar sem fazer nada, comendo nasi goreng todos os dias, jogando candy crush (odeio chocolates e ursinhos), lendo meus livros de mulher, tirando soneca à tarde, bebendo cerveja nos dias que eu tava boa, admirando os rituais de oferenda todas as manhãs. Enfim, assim foi a Indonesia, nosso 18 país que fecha o bloco Sudeste Asiático. E seguimos nossa jornada.


sábado, 14 de fevereiro de 2015

Indonésia: nada a declarar

Bom pessoal,

Chegamos na Indonésia e fomos direto para Bali, ou melhor para Kuta, uma das cidades na ilha de Bali. Em Kuta ficamos três dias enquanto resolvíamos o que iriamos fazer no restante do mês. Vamos passar todo o mês de fevereiro por aqui. Em Kuta passeamos um pouco, bem pouco, e comemos muito bem. O René e a Anita estiveram aqui em Novembro e nos deram várias dicas e a principal delas era ir ao Sky Garden, um restaurante muito bom. Você paga algo como US$ 4,00 e come o quanto quiser, desde a 17 até as 22 horas. Com o detalhe que, na primeira hora o chopp está incluso. Maravilha. Fomos nas duas noite que estivemos por lá. Na segunda noite fomos em companhia da Carol, uma brasileira de São Paulo que estava hospedada no mesmo hotel que nós. Ela está morando na Austrália e veio renovar o visto. Estava sozinha até o próximo final de semana quando o namorado ia chegar. Já chegou. Esperamos nos encontrar novamente em algum lugar da ilha.

A parte chata dessa etapa foi que caímos em um scan bem típico aqui em Bali. Existem várias “casas de câmbio” ilegais na cidade. E eles oferecem uma cotação bem atraente exatamente para pegar os mais distraídos e descuidados. E estúpidos iguais a mim. O negócio é que eles se aproveitam do grande volume de notas para te repassar menos dinheiro que o devido. Eu contei, recontei e sai com a certeza de que estava tudo certo. Mas não estava. Foi como mágica, tipo Mister M. No outro dia quando percebemos a falta do dinheiro, a Raquel conversou com o cara do hotel, ele disse que aquilo era comum e que ia chamar um amigo para ir lá comigo para confrontar o cara. Fiquei preocupado com algum tipo de retaliação após o confronto mas o cara falou que era tranquilo. Fomos, eu falei com o cara, mas não tinha sido ele que tinha “negociado” comigo, tinha sido o “boss”. Ele ligou para o “boss” e pediu que voltássemos depois. Voltamos e nada do “boss”. Eu disse que não tinha muito tempo e o cara, na maior cara-de-pau, me ofereceu devolver 50% do dinheiro que eu reclamava, mesmo “sem saber o que tinha acontecido”. Disse que era pouco e queria 80%. Fechamos em 70%. Sai de lá ainda muito puto mas 70% menos puto do que no começo do dia. Lição aprendida.

Sai de lá e fomos direto para a ilha de Gili Air, uma das três Gilis, pequenas ilhotas que ficam entre a ilha de Bali e a ilha de Lombok. Um paraíso. Ficamos em um bangalô, dos mais chiques e baratos de toda a viagem, a 30 metros da praia (a mais próxima lógico pois estávamos em uma ilha e tinha praia para todo lado) e próximo dos restaurantes e bares da ilha. Essa ilha é bem tranquila, a Gili T é a maior e mais animada das três. A outra é a menor e quase não tem nada. Mas não fomos conhecer as outras ilhas. Foi uma semana para fazer nada. E nadar também, afinal você não precisa contratar um passeio para fazer snorkeling, para qualquer lado que você vai é possível ver os peixinhos e nadar tranquilamente. Os primeiro cem metro de mar, na maior parte da ilha, tem profundidade de menos que 1 metro. E como ficamos no paraíso sem fazer nada não tenho nada para contar. Praia, almoço, praia, jantar, dormir, acordar, praia, sol, nuvem, chuva, dormir à tarde, jantar, dormir, acordar... Somente a internet nos tirava do sério. E a gripe que peguei. Mas não foi tão difícil assim “aguentar”. Não tenho nem fotos para publicar pois não fizemos nada. Nada. Uma semana. Que maravilha.


Valeu.

A arte de mochilar no Sudeste Asiático

Estamos ha 4 meses no sudeste asiático e visitamos 8 países: Tailandia, Myanmar, Laos, Vietnã, Camboja, Malasia, Singapura e Indonesia. O primeiro e o último destino serviram de base para aquela parada estratégica, dar tempo ao corpo e deixar o coração se acalmar, e por isso passamos mais tempo, a maior parte descansando nas praias belíssimas de areia branca e mar de um azul sem fim. De Myanmar ao Camboja vivemos a vida como ela é, passando por todos os piores, ou melhores, perrengues de nossa volta ao mundo e nos envolvendo na simplicidade desse povo de olhos puxados e pele escura. Quando já estávamos quase pedindo arrego chegamos na Malásia e Singapura e tivemos um respiro de modernidade e primeiro mundo.

Gili Air, Indonesia, descansando a mente e o coração
Foi aqui que aprendemos a verdadeira arte de mochilar e hoje posso dizer que já somos mochileiros nível avançado. Uma experiência que quando saí do Brasil não tinha muito claro o que significava e que fomos descobrindo aos poucos, quebrando barreiras e experimentando uma liberdade de espírito como jamais tínhamos experimentado antes. Aqui não precisa de reserva antecipada, planejamento a longo prazo nem orçamento rigoroso. Em suma, é chegar, curtir, sentir e viver. Quando cansar, arruma a mochila e pé na estrada que logo ali na frente tem outro lugar te esperando.

Por do sol, Gili Air

Aqui encontramos os hotéis mais baratos de nossa volta ao mundo. Nosso recorde foi de 7,5 dólares por um quarto com banheiro privado e diga-se bem arrumadinho. Pagamos isso no Laos nas cidades de Nong Khiaw e Muong Ngoi e também em Battanbang no Camboja. Mas esse processo de abaixar o preço não foi fácil, aliás, ultrapassar a barreira dos 10 dólares foi um marco em nossa viagem. Achávamos que um quarto por menos de 10 era aquele muquifo, até nos depararmos com um chalezinho super ok em Pai, Tailandia, a esse preço. Pronto, desde então 10 dólares passou a ser a nova referência de preço. Ficamos em quartos sem janela, em banheiro do tamanho do espaço da privada (o chuveiro ficava em cima da privada), em banheiro sem agua quente, em dormitório com mais 14 pessoas. Em Hpa An, Myanmar, ficamos em uma guesthouse com quarto privativo mas banheiro compartilhado. Os quartos eram separados por paredes finas de madeira, super simples. Lá encontrei uns bed bugs (percevejos de cama, uma pulga maior e menos ofensiva) mas fingi  que não vi. Umas picadinhas no dia seguinte e nada mais. Em alguns tivemos que usar o lençol que trouxemos, tipo um saco de dormir de algodão. Sabe aqueles dias que você só quer achar um lugar pra dormir e aí vê que o lençol não foi trocado, mas você tá tão cansado que a solução mais prática é usar o saco de lençol e deixar pra resolver o problema no dia seguinte. Só que aí, depois da primeira noite, você se acostuma e não quer perder tempo arrumando a mochila, andando atrás de outra guesthouse e deixa pra lá... Mas também tivemos momentos de caixa 2 que aproveitamos os mimos de hotel chique, aqueles que eu amo de paixão. Foi em Krabi na Tailandia para comemorar nossos últimos dias de férias e depois em Hoi An no Vietnã para começar o ano em grande estilo. Em quase todos os hotéis não fizemos reservas, anotávamos uns 2 endereços e chegando na cidade íamos atrás. Em muitos lugares, logo que chegávamos éramos abordados com ofertas de hotéis e muitas vezes os contratamos. E ainda ganhávamos a viagem de tuk tuk até lá. Prático e sem complicação.

Dormitório em Singapura

Banheiro ao ar livre, Gili Air

Negociar virou uma diversão pra mim, primeiro por necessidade orçamentária mas também pela graça do processo. Eu me divertia colocando o preço lá pra baixo e ganhando alguns dólares no final da negociação. Até criamos o nosso “cofrinho” que é toda a economia que fizemos nessas negociações, não importa se é 1, 10 ou 20 dólares, todo dinheiro salvo vai pra lá. Toda negociação é aquele teatro, começa com 10, eu abaixo pra 5, ele ri da minha cara, fala que é impossível, mas faz um good price por 8, eu falo que não temos dinheiro, pago no máximo 6, ele diz que não, eu falo que vou embora e aí fechamos por 7. A maior diferença de preço foi em Myanmar, uma lembrancinha que queríamos comprar e antes de iniciar a negociação combinei com o Lucio que pagaria no máximo 4 dólares. A mulher pediu 12. Aí eu fiquei com vergonha de falar que meu máximo era 4, agradeci e fui embora. Ela insistiu para eu dar o preço e eu disse que era muito baixo e não queria depreciar o trabalho dela. Mesmo assim ela insistiu e eu falei 4. Ela disse que não. Eu disse que era o que eu podia pagar e fui embora. Depois de 2 minutos ela foi correndo atrás de mim dizendo que fazia por 4. Senti que era realmente o limite dela, se ela ganhou foi muito pouco. Diferente sensação tive na Indonesia, queria comprar um short de praia e o cara disse 12 dólares. Eu disse que pagava 4. Na hora ele disse ok. Me senti lesada, achando que valia muito menos que 4. Tiveram negociações mais emocionantes, uma delas foi o tuk tuk de Siem Reap para ir da cidade até o parque de Angkor. No dia anterior tínhamos pago 12 dólares por um dia todo e naquele dia já eram 3 horas da tarde e queríamos o tuk tuk para ver o por do sol no parque. Na minha cabeça, meio dia, meio preço. Na cabeça dele, independente da hora, o caminho a ser percorrido seria o mesmo, então o preço seria o mesmo. Ele começou com 20, mas como eu já tinha a referência do dia anterior (que também foi negociada), eu ria da cara dele dizendo que tínhamos pago 12 pelo dia todo e como era meio dia eu pagava 8. Ele ria da minha cara dizendo que era impossível. Eu me mantinha firme no 8, o Lucio desistiu e foi sentar para esperar o resultado final. Depois de muito rir um da cara do outro, entendi que o preço era pelo trajeto e não pelo tempo e fechamos em 10. Negociei de tudo, hoteis, tuk tuk, passeios, até o milho da barraquinha de rua.

Comer é barato, muito barato. Comida local custa uns 2 dólares. Comida western uns 6 dólares. Fried rice, fried noodle e chicken and rice tem em todos os lugares, comida simplinha feita com os ingredientes mais frescos possíveis. O melhor fried rice é da Indonesia, o melhor fried noodle da Tailandia e Vietna. Mas é no Laos que tem o melhor stick rice. Sempre terminávamos os pedidos com um “no spicy” que em geral era atendido, mas tiveram situações que provavelmente o cozinheiro não sabia distinguir o que era um sabor não spicy e aí vinha a la moda do chef. Aprendemos a duras penas que “a little spicy” é ardência nível 3 numa escala de 1 a 4. Em 4 meses podemos contar nos dedos de uma mão as vezes que comemos com garfo e faca. Aqui se come com garfo e colher, na verdade com a colher e o garfo serve de apoio. E sempre tem uma sopinha, em geral uma agua quente e salgada, acompanhando a refeição. Descobrimos também que carne com legumes é legumes com carne. Nunca comemos tanto frango e porco. E ovo, que vai por cima do fried rice ou fried noodles. Barraquinha de rua é algo que só o sudeste asiático faz por você. Comemos nos lugares mais locais, simples e baratos possíveis. Sem muitos critérios tive algumas dores de barriga, nada sério, um banheirinho e estava pronta para a janta. Só foi mais complicado na Indonesia, assim que chegamos nas ilhas Gilis elegemos um warung (estilo barraca de rua) para comer todas as noites frango frito com arroz. Na primeira noite já deu um desconforto mas fingi que não era nada. Na segunda noite também um nozinho na barriga e também fingi que não era comigo. Aí na terceira noite não teve jeito, fiquei de molho por 2 dias comendo biscoito agua e sal. Me pegou mas não ao Lucio que comeu a mesma coisa. Provavelmente a lombriga dele é muito mais forte e resistente que a minha.  

Nasi Goreng, fried rice da Indonesia, o melhor

Encontramos muitos mochileiros, principalmente da Europa e da Australia, na casa dos vinte a trinta anos viajando por uns 3, 4 meses antes de iniciar a vida adulta. Tiveram momentos que eu me enchi desses mochileiros, eram tantos que estragavam o ambiente local que eu estava buscando. Mais parecia um reduto de férias de ocidentais do que vilas isoladas vivendo a vida como ela é. Mas também tiveram momentos que eu cansei da vida como ela é, com dificuldade de comunicação, de transporte, de falta de conforto, e tudo que eu mais queria era um lugar western com ar condicionado e hambúrguer. Ainda bem que foram poucos esses momentos. 

Em toda essa andança só voamos quando não tinha fronteira terrestre e em Myanmar, que apesar de ter a fronteira os tramites ainda são complicados. De resto fomos basicamente pelas estradas poeirentas e esburacadas que não permitem velocidade acima de 60 Km/h. Os ônibus e as vans são feitos para o tamanho padrão sudeste asiático, imaginem como o Lucio não sofreu... conhecemos os famosos karaokês nos ônibus, uma TV que fica passando as musicas com letreiro em um volume nada ocidental durante a noite toda. E o que dizer das luzes coloridas e piscantes que enfeitam os ônibus? Parece uma discoteca. Agora imaginem uma viagem noturna de 15 horas, apertados nas cadeiras, com karaokê, luzes piscantes e aquele chulé pairando no ar... uma experiência.

A malandragem corre solta por aqui. Não me senti insegura em nenhum momento, longe de serem países violentos, mas existe o querer tirar vantagem de turistas endinheirados. Em geral uma pesquisa na internet para saber quanto custam as coisas era o suficiente para não cair nos golpes e buscar sempre o preço condizente. E sempre muita, muita negociação. Tivemos 2 situações de desatenção e que nos levaram uns dólares. A primeira foi na Tailandia que eu não guardei o dinheiro direito no quarto do hotel e “sumiu” 200 dólares que estavam bem escondidos no bolso da minha mochila. E a outra situação foi na Indonesia, já tínhamos lido sobre o golpe do Money Exchange e mesmo assim caímos. 1 dólar vale 12.500 rupias, é dinheiro pra caramba. O Lucio foi sozinho trocar 300 dólares e era para voltar com 3.750.000 rupias, um bolão de dinheiro. Mas o cara do exchange é tão malandro que mesmo depois que o Lucio conferiu o valor ele ainda “tomou” como num passe de mágica 1.750.000 do bolo. Fomos perceber só no dia seguinte e eu fiquei tão chateada que fui comentar com o cara do hotel se tinha algo que poderia ser feito. Ele ligou para um cara que não entendi de onde era mas parece que conhecia uns policiais e foram ele e o Lucio no exchange tentar recuperar o dinheiro. O cara que fez a troca no dia anterior não estava lá e o outro que nunca tinha visto a cara do Lucio falou “olha, não sei bem o que meu chefe fez mas eu te devolvo 1.200.000”. Como? O cara devolve, ou seja, ele realmente assume a culpa, nunca viu a cara do Lucio, não sabe quanto foi trocado e logo de cara ele devolve o dinheiro. Pasme!!! Culpa assumida!!! Saímos no prejuízo de qualquer maneira mas tivemos nossas lições aprendidas.


O sabor da inocencia, Myanmar

Mas acima de tudo é um povo simples, trabalhador, religioso e que valoriza as relações familiares. Um povo sofrido mas leve, que tem o sorriso mais fácil que já vi. As crianças são bem independentes, desde pequenas, brincam sozinhas, começam a trabalhar cedo, talvez pela necessidade mesmo. Pela primeira vez me senti tocada por crianças, de querer interagir, achar graça, ficar olhando. Aquela reverencia de abaixar a cabeça que serve para cumprimentar, agradecer e mostrar respeito já está tão incorporada em mim que vai ser difícil deixar de fazer. Assim como tirar os sapatos antes de entrar em casa, uma das coisas que vou adotar quando voltar para o Brasil. Convivemos praticamente o tempo todo com o budismo e vimos budas de tudo quanto é tipo. Me chamou a atenção que até o buda gordinho, aquele que dizem que traz felicidade, é mais feliz. Só ele sorri, os outros são magros e serenos. Mas o bonito mesmo é ver a devoção desse povo e os rituais que de fato fazem parte do dia a dia. Foi uma experiencia linda, de ver, de sentir e de viver. De ver cenários, paisagens e templos incríveis, de sentir a fé, a paz e o acolhimento e de viver momentos que ficarão para sempre em nossas memórias. 

Buda gordinho e feliz

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O mix cultural da Malasia e de Singapura

Quando planejamos nossa volta ao mundo, a Malasia aparecia como um dos países a visitar, mas entre um ajuste e outro no roteiro, ela acabou se tornando um coringa que saia e entrava de acordo com a prioridade de outros países. No final das contas a mantivemos e não me arrependo.

A religião predominante é o islamismo e o povo é uma mescla de chineses, indianos e malaios. Uma mistura capaz de mudar qualquer referência e onde todos vivem em harmonia. Diferente de outros países islâmicos que visitamos no começo da viagem, aqui a mulher tem papel atuante fora de casa e o bonito foi vê-las cobertas com o véu andando pra cima e pra baixo.

Chegamos em Kuala Lumpur, capital do país, bem desenvolvida e ocidentalizada. Trocamos os tuk tuk por um sistema de transporte super eficiente que nos leva para qualquer lugar, em geral um grande shopping center com ar condicionado. Mas a grande atração da cidade são as torres Petrona, que já foram as mais altas do mundo, hoje ocupam o 7 lugar. Claro que uma cidade como essa também tem uma Chinatown e uma Little India onde caminhamos e nos lembramos das características desses países.

Praça Central de KL

Nós 2 na Petronas

Batu Cave, templo hindu

No ultimo dia, sem muita coisa para fazer, o Lucio conseguiu me convencer a visitar um aquário. Não sou muito de animais, peixe então, só pra comer. Mas não é que foi interessante, vimos mini tubarões, arraias gigantes, tartarugas e uma infinidade de peixes diferentes.

Arraia gigante em cima do Lucio

Já faz um tempo estávamos querendo comer carne de vaca, não esses pedacinhos tostados e duros que vem nos pratos com legumes, noodles ou arroz tão comuns no sudeste asiático. Nossa vontade era de um bifão suculento, carne de verdade. Em todas as grandes cidades que passávamos procurávamos por churrascaria brasileira e, em geral, encontrávamos, a preços de uma boa churrascaria no Brasil, mas comparando com nossas refeições daqui, absurdamente caras, preço para nos alimentar por uma semana almoço e janta. Mas com uma lombriga que já não cabia mais dentro da gente resolvemos abrir o caixa 2 e nos esbaldar em uma churrascaria chamada Samba, com sócios brasileiros e chinês. Além de comer um boi inteiro cada um, ainda matamos saudades de pão de queijo e brigadeiro. Barriga extremamente feliz!

De lá fomos para Melaca, uma cidade a 2 horas de KL indo para o sul que teve colonização portuguesa além de tantas outras. Nada de mais, uma praça do relógio, ruínas de igreja católica e uma walk street com coisas para turistas. O melhor foi a comida típica de lá, uma variação de chicken and rice onde o rice são bolinhas de arroz.

Chicken and Rice ball

Ruinas da igreja

Seguindo para o sul chegamos em Singapura, uma cidade Estado de primeiro mundo que já foi parte da Malasia e se tornou independente em 1965. Além da mistura que já estávamos vendo há alguns dias de chineses, indianos, malaios e muçulmanos, se juntaram vários ocidentais engravatados já que uma boa parte da população é composta de expatriados. Além de uma Chinatown e de uma Little India, ainda tem uma Arab Street. Templos hindu, budista e mesquitas se misturam assim como as pessoas, formando a cara do lugar.

Singapura à noite

Marina Bay é a região mais bonita da cidade, cartão postal onde tem os 3 prédios ligados por uma piscina lá o topo. É nessa região que concentram grandes empresas, uma área que me lembrou a Berrini, em SP. No final do dia os que não estão em happy hour nos restaurantes e bares chiques ao redor, estão correndo pelo parque. Me lembrou muito da minha vida de SP e quase deu uma pequena saudade disso tudo. Mas já passou....

Nós 2 na Marina Bay

Achei incrível como um país tão pequeno conseguiu criar tantas atrações turísticas, isso mesmo, criar. Parece uma Disneylandia, de tão perfeitas que as coisas lhe parecem. Visitamos um jardim futurístico com árvores e plantas importadas além de estufas que simulam climas de diferentes regiões do planeta para a manutenção dos organismos lá existentes. Na falta de praia, eles também criaram uma na ilha Sentosa, mais ao sul da cidade, onde tem um complexo com a Universal Studio e várias outras atrações para bolsos mais abastados.

Floresta Tropical

Árvore da floresta tropical

Praia em Sentosa Island

Depois de meses enfrentando os carros, motos e tuk tuk de igual para igual, fui surpreendida quando vi todos os pedestres parados esperando o sinal abrir, mesmo que na rua não tivesse nenhum carro. Tivemos que dar uma freada naquele atropelo e bagunça que estávamos acostumados. Povo civilizado, meio de transporte impecável, país rico, muito luxo, água de torneira potável (faz 6 meses que só tomamos água de garrafa).

Tudo isso tem o seu preço e aqui isso se refletiu na hospedagem. Acostumados a pagar 10 dolares por um quarto privado com banheiro nos assustamos com os 50 dolares cobrados por aqui. A solução foi ficar em um dormitório com outras 14 pessoas, e mesmo assim a conta saiu por 15 dolares cada. Minha primeira vez em um dormitório, não poderia dar uma volta ao mundo de mochila e não ter a experiência de dividir um quarto. A maior dificuldade foi não poder montar nossa favelinha, nome carinhoso para nossa rotina quando chegamos nos hotéis: mochilas no chão, roupas espalhadas e varal passando por cima da cama. De resto, apesar de zero de privacidade, não foi nada mal. O Lucio brincou que se me jogar no mar com uma aspirina na mao, vao me tirar de lá com ela inteira. Pra deixar de ser mao de vaca vou ter que morrer e nascer de novo.

A comida na Malasia e em Singapura é parecida, como sempre noodles e chicken and rice. O tempero é mais forte, sabor bem marcante de soya sauce. E por causa de toda essa mistura de povos, tem comida indiana, árabe, chinesa, japonesa, peruana, o que você quiser.

Comida tipica da Malasia e Singapura: noodles com porco e dumpling

Variação sobre o mesmo tema

Foram 10 dias, um certo respiro de civilização que me surpreendeu pela mescla de etnias e religiões. E continuamos nossa caminhada, agora atravessando a linha do Equador pela primeira vez, seguimos para a Indonésia.


Malásia e Cingapura

Bom pessoal,

De Siem Reap voamos direto para Kuala Lumpur, capital da Malásia. Só não foi um choque porque estava preparado. Bem distante de toda a pobreza do Camboja, a cidade é bem moderna, com metro, trânsito, shoppings e as torres Petronas, hoje a sexta maior torre do mundo (era o maior prédio quando foi inaugurado) com 452 metros de altura ou 88 andares. Se vale de consolo, é a maior torre gêmea do mundo. Ficamos hospedados na região de Bukit Bintang, bem próximo de uma famosa rua com vários restaurantes com mesas nas calçadas e dos principais centros de compras, em um hotel muito simples (quarto sem janela e com o menor banheiro que já vi). No primeiro dia de turismo fomos para o centro da cidade onde ficam a principal mesquita, o palácio e o bairro chinês. E nessa primeira saída já deu para perceber a mistura cultural que é a Malásia. Além do próprio malaio tem também uma grande população de origem chinesa e indiana. E as principais religiões são: islamismo (62%), budismo (20%), cristianismo (10%) e hinduísmo (7%). Uma mistura que parece funcionar. Depois de conhecer o mercado central (o primeiro com ar condicionado) e o bairro chinês, fomos conhecer as famosas Torres Petronas e o belíssimo parque que fica em frente. As torres são bem bonitas e são uma grande atração. As 20 horas acontece um show de luzes e águas no parque e ficamos para ver. Primeiro ficamos na grama do parque, andamos mais um pouco e ficamos aguardando o show. Nada muito sofisticado mas ok. O mais importante foi que, de onde eu estava sentado, consegui encontrar em um outro shopping, do outro lado da rua, uma bandeira do Brasil. E sim caros amigos, era uma churrascaria brasileira, chamada Samba. Depois do show fomos conferir de perto e o preço era um pouco salgado: mais ou menos US$ 30,00 por pessoa. Voltamos para a região do hotel, onde conseguimos comer por US$ 6, os dois. Mas o cheiro da carne não saiu do meu nariz.
Torres Petronas
No dia seguinte fomos conhecer um templo hinduísta que fica em uma caverna. Mas as atenções daquele dia estavam todas voltadas para a churrascaria. É que o conselho aprovou o orçamento e o caixa-dois foi aberto mais uma vez. Como a churrascaria só abria depois das 18 horas, almoçamos um hambúrguer e ficamos só no aguardo. E não me decepcionei. Era realmente uma churrascaria brasileira com picanha, farofa, feijão, pão-de-queijo e caipirinha. Comi carne pelos últimos nove meses e para os próximos três. Foi uma farra, um verdadeiro carnaval. E de sobremesa ainda tinha brigadeiro, olho-de-sogra, beiju ou beijinho de coco e pudim de chocolate. Bom demais.
Batu Caves
No último dia em Kuala Lumpur fomos conhecer o aquário da cidade. No início fiquei um pouco triste pois os aquários individuais com alguns peixes eram tão pequenos que me deu a mesma sensação de jaulas em um zoológico. Mas os aquários foram ficando cada vez maiores, assim como os peixes (tinha um setor só com peixes da Amazônia). E o aquário principal tinha uma esteira que passava por baixo e podia se ver tudo: tubarões, arraias, peixes bem esquisitos e duas magníficas tartarugas. Uma beleza. Nunca tinha ido a um aquário apesar de ter tido a oportunidade de conhecer alguns dos mais famosos do mundo. E sem nenhuma pretensão de ser puritano, acho que não vou a mais nenhum, prefiro, mesmo que muito eventualmente e sem tanta diversidade, ver os peixinhos em seu ambiente natural. Mas talvez ainda queime minha língua.

De Kuala Lumpur fomos para a cidade de Melaka ou Malacca. Essa cidade foi uma colônia portuguesa no mesmo período da descoberta do Brasil (1511). Mas também já foi colônia holandesa e inglesa. E as influencias são visíveis. Uma das principais atrações é a Igreja de Nossa Senhora do Monte, hoje igreja de São Paulo, as muralhas do forte conhecido como “A Famosa” (em português mesmo) e uma rua que nos finais de semana funciona um mercado. Chegamos lá no domingo e fomos direto para a rua e apesar de não ter muita gente era bem animado. No final da rua tem um palco com um caraoquê público. Qualquer um pode chegar e cantar. Mas eu não conhecia nenhuma música do repertório. Deixa para a próxima. Ou para o próximo. Comemos aqui um prato típico recomendado pelo KeeLiat, um amigo malaio que conhecemos no Nepal: Chiken rice ball. Como o próprio nome já diz é frango (assado ou cozido) com bolas de arroz como se fossem almondegas. Infelizmente não conseguimos encontrar o Keeliat nessa viagem pois ele mora no norte do país e nós fomos para o sul. Mais um bom motivo para voltar.
Igreja de São Paulo - Melaka
Na segunda fomos conhecer a igreja e o forte. Bom, igreja é modo de dizer porque hoje ela só tem as paredes de grossos tijolos. Não tem teto nem portas nem janelas. E descobri que São Francisco Xavier esteve hospedado nessa igreja algumas vezes em suas andanças pela Ásia.
Portão do forte "A Famosa"
De Melaka seguimos, de ônibus para a cidade-estado de Cingapura. E já na chegada deu para perceber que é uma cidade muito rica, muito moderna, quase uma Tóquio, na verdade uma mini Tóquio. Inclusive em relação aos preços. Depois de vários lugares baratos no sudeste asiático, a Malásia e Cingapura foram lugares quase proibitivos. Aqui ficamos hospedados em um albergue com quarto e banheiro compartilhados. As camas eram cabines: um cubículo com um pequeno armário na parede lateral para eletrônicos e um armário maior no corredor do quarto para a mochila. Privacidade zero, conforto ok. Na média é uma boa forma de economizar uma grana. Um hotel “normal” seria 50% mais caro. Mesmo assim estamos pagando mais do que o dobro do que gastamos nos últimos 3 meses viajando por essa região. Por cama estamos pagando US$ 15 por noite. Cingapura tem as mesmas origens da Malásia (era território malaio) mas depois da segunda guerra teve um grande desenvolvimento. Historicamente sempre foi um grande porto e hoje continua sendo um dos 5 mais movimentados, assim como o quarto maior centro financeiro do mundo, o segundo maior refinador de petróleo e o terceiro maior centro de jogos (casino). É uma das cidades mais ricas do mundo com quase 4% de toda a população sendo milionária. E como forma de educar uma população tão multicultural (60% da população é constituída de expatriados) existem várias normas restritivas, algumas bem comuns em todo lugar e outras nem tanto, como por exemplo: é proibido, com pena de multa, mascar chiclete na rua, cuspir no chão e atravessar a rua fora da faixa. E parece que funcionou.








Cingapura tem várias atrações sendo a mais famosa a Marina Bay, um grande complexo com hotel, casino, shopping, calçadão, bares e também o parque “Gardens By The Bay”, entre outras coisas. O parque tem duas estufas que simulam os climas de um floresta tropical e também algumas árvores artificiais: são árvores de ferro, parecidas com uma palmeira, com um jardim vertical que irá cobrir toda a estrutura. Gostei da ideia. Quero uma. E tem também uma ilha de entretenimento: a Sentosa Island. É uma pequena ilha (que se paga para entrar) com uma estrutura de lazer gigantesca. Tem casino, Universal Studios, aquário, resorts, hotéis, praias artificiais, shoppings, museu e muito mais. E no subsolo da ilha fica o estacionamento.



Existem várias curiosidades sobre a cidade, uma delas são as praças de alimentação que tem em todo lugar: são centros onde se pode comer comidas de toda a Ásia e por preços não abusivos, na verdade bem baratos (come-se por até US$ 2,00). O melhor e mais famoso deles é o Lau Pat Sat, bem próximo da marina, no meio do centro financeiro. Tem todo tipo de comida asiática, desde comida árabe até japonesa passando pela indiana e chinesa. Bom demais, difícil é escolher o que comer. Além disso existem bairros específicos de cada comunidade onde se encontra uma grande concentração de lojas, mercados e restaurantes de cada cultura. Mas esses bairros estão longe de serem centros homogêneos, em todo lugar se encontra de tudo. Por exemplo, no bairro chinês existe um grande templo hinduísta, já no bairro indiano existe uma mesquita e no bairro islâmico tem uma igreja católica. Isso é Cingapura. Sem dúvida uma das melhores cidades para se morar no mundo e com certeza a cidade mais rica que visitamos nessa viagem.


Valeu