Estamos em um ano sabático para conhecer o mundo e a nós mesmos. Para isso manteremos nossos olhos, mentes e corações atentos e abertos por onde estivermos. Toda semana faremos um relato do que passou e por onde passamos. Como tudo na vida tem dois lados, serão duas visões sobre os mesmos momentos.

domingo, 29 de junho de 2014

Entre o mar e o continente: Milos, Meteora e Delphi

Partimos de Santorini para Milos, uma ilha conhecida pelas formações rochosas e mar azul. Chegamos perdidos na ilha e enquanto pedíamos informação tentando chegar no hotel, fomos “achados” pela dona, que também estava à nossa procura, já que o ferry tinha atracado havia quase 1 hora. Lá é assim, vila pequena onde todos se conhecem e sabem um do outro. Ela falava em grego conosco como se entendêssemos tudo. E nós falávamos em inglês com ela como se ela entendesse tudo. No final, entre sorrisos, entendemos o essencial: que erámos bem vindos.

Milos foi uma delícia, passamos 5 dias vendo todas as tonalidades de azul do mar. São diversas praias, cada uma com a sua beleza. As que mais impressionaram foram as de rochas que formam paisagens únicas com a transparência da água. Em geral não dá pé, é bem fundo, mas dá para ver o fundo do mar de tão cristalina que é a água.

Praia de Sarakinito, conhecida pela paisagem lunar

Em um dos dias o Lucio me convenceu a fazer um passeio de caiaque. Fomos de dupla, eu na frente e ele atrás. Minha única função era remar, a do Lucio, além de remar, era de controlar a direção do caiaque. Nunca tinha entrado em um e minha preocupação era se ele virasse no meio do mar, sem pé, e eu presa no barco de cabeça pra baixo. Para piorar, o tempo não estava dos melhores, ventava muito e fazia ondas. Passada a tensão inicial, após administrar o medo, o remo e o Lucio atrás de mim falando faz isso, faz aquilo, foi um super passeio. Remamos em 3 etapas de 1 hora cada fazendo 2 paradas em praias que só se tem acesso pelo mar. O mar é o mais azul que eu já vi, ele brinca entre as tonalidades de claro e escuro dependendo da profundidade e da claridade do sol. Um espetáculo para os olhos, e um deleite para a alma.

Nós 2 passeando de caiaque

Mar azul

Nós 2 e mais mar azul

No último dia fizemos um passeio de barco para conhecer a praia mais famosa da ilha, Kletftiko. Ela fica entre rochas que foram desgastadas com o tempo formando arcos e cavernas com um mar azul esmeralda. De tirar o fôlego.

Kletfiko

Depois de 3 semanas nas ilhas, fomos para o continente conhecer Meteora e Delphi.

Meteora é uma cidade distante 350 Km de Athenas. Formada por montanhas rochosas que foram separadas por movimentos tectonicos e esculpidas durante anos pela ação do vento e da água, são verdadeiros paredões de pedras, alguns pontiagudos, outros planos. Só isso já seria uma bela paisagem. Mas o que a torna especial são os monastérios construídos no topo dessas montanhas, à beira do precipício. Aliás, meteora quer dizer suspenso no ar ou acima do céu. Fizemos um trekking de 1 dia para conhecer os mosteiros abertos ao público. Cada um tem o seu charme, uma igreja e um pátio para descanso.

Monastério suspenso

Visão de Meteora

De lá fomos para Delphi conhecer as ruínas gregas. Fiquei um pouco desapontada, o sítio arqueológico é bem pequeno, são 3 grandes atrações, o Templo de Apollo, o Anfiteatro e o Estádio. De qualquer forma, valeu, principalmente pela vista que se tem do local onde foi construído o Templo de Apollo.

Anfiteatro e Templo de Apollo


Viajar pelo continente de ônibus não é tarefa fácil. De Athenas se vai a qualquer lugar, mas de outras cidades, são inúmeras trocas de ônibus e horários duvidosos. As informações oficiais da rede rodoviária são em grego, não dá nem para reconhecer os nomes das cidades. O jeito foi ir sempre em frente, sem saber quantos ônibus teríamos que tomar e sem saber que horas chegaríamos no nosso destino final. De Meteora a Delphi são 3 horas de carro, levamos 8 horas em 4 ônibus. De Delphi a Kefalonia, outra ilha que estamos agora, foram 15 horas, com 3 ônibus e 1 ferry. É, esse é o lado B da vida de viajante...

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