A Austrália
é o país mais parecido com o que estávamos acostumados antes de iniciar nossa
jornada de volta ao mundo: país super desenvolvido, costumes ocidentais, limpo, silencioso, calçadas
largas, transporte publico eficiente, pessoas bonitas e simpáticas. A questão é
que, depois de passar por 18 países pouco convencionais, ela se tornou o país
mais diferente de nossa viagem. Perfeito demais!!!
 |
Coala |
Depois
de nos acostumarmos com os preços do sudeste asiático, a Austrália assusta logo
de cara. Foi o país com média/dia mais caro da viagem, sendo 5 vezes mais caro
que a Indonésia, nosso país mais barato. Foi bem difícil o meu processo de
“abrir a mão” para pagar 60 dólares em um quarto com banheiro compartilhado e
pelo menos 10 dólares por um almoço sem bebida. Mas o que mais me assustou foi
o preço dos transportes. É certo que as cidades oferecem um transporte publico
de primeira, incluindo ônibus, metro, trem, ferry para todos os lados, mas qualquer deslocamento
custa pelo menos uns 3 dolares. A saída foi andar com as próprias pernas... e
como andamos.... mas com calçadas largas e vários parques pelo caminho não foi
tão difícil assim. Ficamos em albergues e gostei muito da estrutura aussie. São enormes,
muito limpos e oferecem uma cozinha bem equipada onde podemos usar o que
quisermos. Como a comida aqui é cara, as pessoas cozinham a janta e isso acaba
sendo um bom negocio já que podemos economizar uns bons dólares comendo
macarrão com molho de tomate de lata ou lasanha congelada todas as noites.
Aliás
comer foi um episódio. Nos primeiros dias usamos a desculpa que comida local é
hambúrguer, fritas e pizza. E nos entupimos dessas tranqueiras sem peso na
consciência nos 5 primeiros dias. Depois já estávamos querendo de volta o fried
rice e o fried noodles da Ásia. Aqui se come de tudo, tem comida de todos os
lugares do mundo e o melhor foi matar a vontade de comer carne de vaca daquele
jeito que eu gosto, queijo de verdade (não o processado) e vinho, muito vinho
de caixa de 4 litros.
 |
Fish and chips no Fish Market, Sydney |
 |
Hamburguer em Manly, Sydney |
Nossa
primeira parada foi em Cairns, no norte do país, para ver a maior barreira de
corais do mundo. Contratamos um passeio de barco para fazer snorkeling e deve
ter sido nossa maior extravagancia de toda a viagem. Esse passeio ia para as
ilhas mais longes onde os corais estavam melhor preservados e prometia os
melhores visuais. E cumpriu. Fiquei encantada com os corais, não sabia que eles
tinham cores... e para completar os maiores peixes coloridos que já vi. Em 2
momentos do snorkeling fiquei pensando “como faço para gravar essas imagens para
sempre?” E o que falar do serviço do barco? Super preocupados com a nossa
segurança, explicam tudo, até como usar o pé de pato... gentileza, simpatia e
profissionalismo que não vimos igual nessa viagem. Até comparei com a travessia
de barco na Indonesia da ilha de Bali para Gilis onde a tripulação falava
palavras como “here”, “Gilis”, “no”, “yes”, jogavam nossas malas de um lado
para o outro e eu, de verdade, quis ficar sentada do lado da saída pensando na
possibilidade do barco virar.



De
lá voamos para Melbourne. Aliás fizemos todo o país de avião, com dimensões
continentais, era mais barato voar do que ir de ônibus. Só não contávamos com o
alto preço do shuttle do aeroporto para o centro da cidade, sempre caros, mas
mais prático impossível. Melbourne é um charme, apesar de não ter nenhuma
grande atração turística. Considerada uma das melhores cidades para se morar no
mundo, tudo é funcional e permite mil possibilidades de aproveitar a cidade
como quiser. Andamos pelo centro financeiro, visitamos o mercado central, passeamos pela praia e pela feira de rua com
produtos artesanais e uma organização que não estávamos acostumados a ver. Pegamos
um dos maiores festivais, o Moomba Festival, e vimos um pouco de como os
australianos aproveitam a cidade e o dia a dia. Competição de esqui aquático no
rio que corta a cidade, parque de diversão com aqueles jogos “americanos”, comida
de todos os lugares em barracas de rua, cada um procurando o seu espaço no
gramado.... tudo na maior civilidade e respeito.
 |
Moomba Festival |
 |
Melbourne |
Em
um dos dias contratamos um passeio para conhecer os 12 apóstolos que na verdade
nunca foram 12, foram 9 e hoje são 8. São formações rochosas deixadas pelo
tempo no meio do mar. Bonito, mas o tempo nublado não ajudou e eu fiquei um
pouco decepcionada. Mas no todo valeu o
passeio que foi pela Great Ocean Road, uma rodovia na beira do mar bem bonita
que concorre com a Highway 1 da Califórnia.
 |
12 Apóstolos |
Voamos
para nosso ultimo destino, Sydney. Uma cidade muito bonita que me ganhou logo
de cara. Aqui tem muitos imigrantes, vi muitos orientais da nossa idade que
falam o inglês fluente, provavelmente já são nascidos aqui e estão indo para a
terceira geração no país. Nos grupos escolares tem de tudo, loirinhos, olhos
puxados, islãos, negros. Uma mistura que parece conviver em total harmonia.
Em
Sydney todos os caminhos levam para a Ópera e a Ponte Harbor, principais
cartões postais da cidade. Para chegar lá o melhor caminho é pelo Botanic Garden,
talvez o parque mais bonito que já vi, bem cuidado com árvores, flores e uma
grama cortada que nos convida insistentemente a tirar uma boa soneca à tarde.
Fizemos um passeio de ferry até Manly, uma praia de surfista e depois
caminhamos até a praia de Firelight para um visual à altura da cidade. Para fechar
com chave de ouro o Andre, um amigo que resolveu ser feliz e esta morando há 5
meses em terras australianas, nos convidou para um churrasco de primeira na
casa dele. Tivemos uma noite divertidíssima com ele e a Mayara e pudemos matar saudades
de picanha com farofa e vinagrete. No final ainda fomos apresentados ao Tim Tam,
uma bolacha de chocolate e caramelo viciante.
 |
Botanic Garden |
 |
Botanic Garden |
 |
Manly Beach |
 |
Nós 2, caminho para Farelight Beach |
 |
Firelight Beach |
 |
Sydney |
 |
Churrasco com Andre e Mayara |
Passando esses dias por aqui pude entender porque tem tanta gente que vem pra cá pra passar alguns meses e acaba ficando por anos, às vezes para sempre. Nosso visto de turista também dá direito a estudar e trabalhar por 7 meses. E oportunidade é o que nao falta, é só querer e ter disposição. E assim dá pra trabalhar, estudar, guardar um dinheiro e garantir uma qualidade de vida melhor para as proximas gerações. Foram somente 12 dias, mas muito bem aproveitados. Uma mudança enorme de estilo de vida, uma reviravolta em nossos referenciais. De novo!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário