Estamos em um ano sabático para conhecer o mundo e a nós mesmos. Para isso manteremos nossos olhos, mentes e corações atentos e abertos por onde estivermos. Toda semana faremos um relato do que passou e por onde passamos. Como tudo na vida tem dois lados, serão duas visões sobre os mesmos momentos.

sábado, 14 de março de 2015

Australia, o país mais diferente de nossa volta ao mundo

A Austrália é o país mais parecido com o que estávamos acostumados antes de iniciar nossa jornada de volta ao mundo: país super desenvolvido, costumes ocidentais, limpo, silencioso, calçadas largas, transporte publico eficiente, pessoas bonitas e simpáticas. A questão é que, depois de passar por 18 países pouco convencionais, ela se tornou o país mais diferente de nossa viagem. Perfeito demais!!!

Coala

Depois de nos acostumarmos com os preços do sudeste asiático, a Austrália assusta logo de cara. Foi o país com média/dia mais caro da viagem, sendo 5 vezes mais caro que a Indonésia, nosso país mais barato. Foi bem difícil o meu processo de “abrir a mão” para pagar 60 dólares em um quarto com banheiro compartilhado e pelo menos 10 dólares por um almoço sem bebida. Mas o que mais me assustou foi o preço dos transportes. É certo que as cidades oferecem um transporte publico de primeira, incluindo ônibus, metro, trem, ferry para todos os lados, mas qualquer deslocamento custa pelo menos uns 3 dolares. A saída foi andar com as próprias pernas... e como andamos.... mas com calçadas largas e vários parques pelo caminho não foi tão difícil assim. Ficamos em albergues e gostei muito da estrutura aussie. São enormes, muito limpos e oferecem uma cozinha bem equipada onde podemos usar o que quisermos. Como a comida aqui é cara, as pessoas cozinham a janta e isso acaba sendo um bom negocio já que podemos economizar uns bons dólares comendo macarrão com molho de tomate de lata ou lasanha congelada todas as noites. 

Aliás comer foi um episódio. Nos primeiros dias usamos a desculpa que comida local é hambúrguer, fritas e pizza. E nos entupimos dessas tranqueiras sem peso na consciência nos 5 primeiros dias. Depois já estávamos querendo de volta o fried rice e o fried noodles da Ásia. Aqui se come de tudo, tem comida de todos os lugares do mundo e o melhor foi matar a vontade de comer carne de vaca daquele jeito que eu gosto, queijo de verdade (não o processado) e vinho, muito vinho de caixa de 4 litros.

Fish and chips no Fish Market, Sydney

Hamburguer em Manly, Sydney

Nossa primeira parada foi em Cairns, no norte do país, para ver a maior barreira de corais do mundo. Contratamos um passeio de barco para fazer snorkeling e deve ter sido nossa maior extravagancia de toda a viagem. Esse passeio ia para as ilhas mais longes onde os corais estavam melhor preservados e prometia os melhores visuais. E cumpriu. Fiquei encantada com os corais, não sabia que eles tinham cores... e para completar os maiores peixes coloridos que já vi. Em 2 momentos do snorkeling fiquei pensando “como faço para gravar essas imagens para sempre?” E o que falar do serviço do barco? Super preocupados com a nossa segurança, explicam tudo, até como usar o pé de pato... gentileza, simpatia e profissionalismo que não vimos igual nessa viagem. Até comparei com a travessia de barco na Indonesia da ilha de Bali para Gilis onde a tripulação falava palavras como “here”, “Gilis”, “no”, “yes”, jogavam nossas malas de um lado para o outro e eu, de verdade, quis ficar sentada do lado da saída pensando na possibilidade do barco virar.




De lá voamos para Melbourne. Aliás fizemos todo o país de avião, com dimensões continentais, era mais barato voar do que ir de ônibus. Só não contávamos com o alto preço do shuttle do aeroporto para o centro da cidade, sempre caros, mas mais prático impossível. Melbourne é um charme, apesar de não ter nenhuma grande atração turística. Considerada uma das melhores cidades para se morar no mundo, tudo é funcional e permite mil possibilidades de aproveitar a cidade como quiser. Andamos pelo centro financeiro, visitamos o mercado central, passeamos pela praia e pela feira de rua com produtos artesanais e uma organização que não estávamos acostumados a ver. Pegamos um dos maiores festivais, o Moomba Festival, e vimos um pouco de como os australianos aproveitam a cidade e o dia a dia. Competição de esqui aquático no rio que corta a cidade, parque de diversão com aqueles jogos “americanos”, comida de todos os lugares em barracas de rua, cada um procurando o seu espaço no gramado.... tudo na maior civilidade e respeito.

Moomba Festival

Melbourne

Em um dos dias contratamos um passeio para conhecer os 12 apóstolos que na verdade nunca foram 12, foram 9 e hoje são 8. São formações rochosas deixadas pelo tempo no meio do mar. Bonito, mas o tempo nublado não ajudou e eu fiquei um pouco decepcionada. Mas no todo  valeu o passeio que foi pela Great Ocean Road, uma rodovia na beira do mar bem bonita que concorre com a Highway 1 da Califórnia.

12 Apóstolos


Voamos para nosso ultimo destino, Sydney. Uma cidade muito bonita que me ganhou logo de cara. Aqui tem muitos imigrantes, vi muitos orientais da nossa idade que falam o inglês fluente, provavelmente já são nascidos aqui e estão indo para a terceira geração no país. Nos grupos escolares tem de tudo, loirinhos, olhos puxados, islãos, negros. Uma mistura que parece conviver em total harmonia.

Em Sydney todos os caminhos levam para a Ópera e a Ponte Harbor, principais cartões postais da cidade. Para chegar lá o melhor caminho é pelo Botanic Garden, talvez o parque mais bonito que já vi, bem cuidado com árvores, flores e uma grama cortada que nos convida insistentemente a tirar uma boa soneca à tarde. Fizemos um passeio de ferry até Manly, uma praia de surfista e depois caminhamos até a praia de Firelight para um visual à altura da cidade. Para fechar com chave de ouro o Andre, um amigo que resolveu ser feliz e esta morando há 5 meses em terras australianas, nos convidou para um churrasco de primeira na casa dele. Tivemos uma noite divertidíssima com ele e a Mayara e pudemos matar saudades de picanha com farofa e vinagrete. No final ainda fomos apresentados ao Tim Tam, uma bolacha de chocolate e caramelo viciante.

Botanic Garden

Botanic Garden

Manly Beach

Nós 2, caminho para Farelight Beach

Firelight Beach

Sydney

Churrasco com Andre e Mayara

Passando esses dias por aqui pude entender porque tem tanta gente que vem pra cá pra passar alguns meses e acaba ficando por anos, às vezes para sempre. Nosso visto de turista também dá direito a estudar e trabalhar por 7 meses. E oportunidade é o que nao falta, é só querer e ter disposição. E assim dá pra trabalhar, estudar, guardar um dinheiro e garantir uma qualidade de vida melhor para as proximas gerações. Foram somente 12 dias, mas muito bem aproveitados. Uma mudança enorme de estilo de vida, uma reviravolta em nossos referenciais. De novo!!!

Austrália: How are you today?

Bom pessoal,

É com essa pergunta que você é recebido em qualquer lugar aqui na Austrália. Acompanhado de um grande sorriso e um aparente interesse, sincero, de realmente querer saber como você está, se você não for econômico na sua resposta, claro. Esse é o primeiro país de língua inglesa que visitamos e o primeiro com uma cultura familiar, com aquela estrutura de primeiro mundo que (todos nós) conhecemos/idolatramos, uma mistura de Europa com Estados Unidos, onde tudo funciona, onde parece que tudo está no lugar certo, com transporte público de qualidade, sem (muitos) congestionamentos, com ciclovia em todo lugar (e pasmem!!!! as cidades não são planas!!), ruas limpas, amplas... E com um povo com várias identidades, muita diversidade, como o Brasil.

De Bali seguimos para Darwin para uma parada estratégica. Ao invés de irmos direto para Cairns, nosso destino, fomos primeiro para Darwin, dormimos uma noite e no dia seguinte seguimos para Cairns. Com isso economizamos uns US$ 300 em relação a outra opção que era ir direto. Cairns é o nordeste da Austrália (mesma latitude de Maceió) e é a capital para quem quer conhecer a Barreira de Corais, um aquário no meio do mar. E já no primeiro dia fomos conhece-lo. O tempo não estava perfeito (essa é a época de chuvas por aqui também) com um pouco de nuvens e vento. Nosso barco, um grande, moderno e equipado Catamarã, balançou bastante e algumas pessoas até passaram mal. Eu quase cheguei lá mas deu pra aguentar. Depois de algumas instruções, pulei no mar e foi só colocar a cabeça debaixo da água para ver toda a variedade de corais e peixes. Principalmente corais. A primeira parada para mergulho foi só um aperitivo, para nos acostumarmos com o lugar porque as outras duas foram muito melhores. Para resumir, os peixes são os mesmos que vimos em outros lugares (o mar é o mesmo) mas só que aqui eles são tamanho XXL, tamanho gigante. Os maiores que já vi. Mas os corais foram os mais bonitos. Coloridos e com muita vida, os corais são a maior atração. É realmente um aquário no meio do mar. Nosso barco ficou em apenas um atol. Existem vários. No total são mais de 2 mil quilômetros de corais e mais corais. Foi um dia cheio. As fotos não refletem as cores, a variedade e a beleza desse lugar. Valeu muito ter vindo. No final do dia voltamos para o hostel, que tinha uma estilo bem tropical, e na cozinha conhecemos o Hugo e a Laila, um casal de Goiânia que vive em Brasília e que estava de férias por essas bandas. Eles ficaram 3 dias embarcados vendo corais e mais corais. E foram bem categóricos em dizer que Fernando de Noronha não deixa nada a desejar. Preciso conhecer.





De Cairns seguimos para Melbourne, a melhor cidade do mundo para se viver. Eu até que procurei um defeito na cidade mas minha única restrição é em relação ao custo (que eu estendo para toda a Austrália). Talvez para quem vive e trabalha a vida não seja tão cara mas para pobres viajantes recém chegados do sudeste asiático ela é. No mais, a cidade é impecável. Não tem grandes atrações, mas é muito limpa, o transporte público é muito bom (no centro ele é gratuito), tem muitos parques (sem grades e sem placas de não pise na grama), áreas verdes, praias, rio, segurança e um clima gostoso. A cidade tem muitos eventos esportivos e culturais durante todo o ano além de festivais e festas que acontecem em todo lugar. Durante nossa estada aconteceu um. E tinha evento na cidade toda principalmente no entorno do rio Yarra. No final acho que a grande atração aqui é mesmo viver e curtir a vida. Simples assim.



Mas uma das atrações aqui é ir conhecer os Doze Apóstolos, umas torres naturais, falésias dentro do mar que resistiram a erosão e ficam a mais de 200 quilômetros da cidade. É um passeio de dia interior e um pouco cansativo. E quer saber a verdade: os “Doze” Apóstolos na verdade sempre foram 9 e agora só existem 8, pois um desabou (em poucos anos estão prevendo que serão apenas 6). Segundo o nosso guia, o nome “Doze...” foi escolhido porque ficava melhor, mais fácil. Puro Marketing. Foi um pouco decepcionante viajar tanto e ver tão pouco (não pelo número, pela atração mesmo). É bonito mas não achei nada demais. Acho que as falésias da Praia das Fontes no Ceará são bem mais legais (sem querer puxar a sardinha pra minha jangada), mas talvez sejam apenas as boas recordações. Mas pelo caminho fizemos algumas paradas, e em uma delas conhecemos um dos bichos típicos daqui: o coala. E era na natureza, num camping e não em um zoológico. Ele é bem bonitinho mesmo. Tem uma vida de sonho: dorme 20 horas por dia e nas outras 4 só come e namora. Isso é que é vida. E deu também para conhecer um pouco do interior da região, as grandes fazendas de ovelhas e gado, pequenas cidades e muito verde. A impressão é que não existem industrias por aqui. É tudo tão natural, verde, puro, limpo... No dia seguinte fomos conhecer a praia de Santa Kilda e o píer. Depois fomos para o centro novamente para ver a movimentação do festival, era domingo e estava lotado. Todos se divertindo, tranquilamente, sentados na grama ou brincando nos parques de diversão ou tentando comprar comida nas barraquinhas de rua com suas filas quilométricas. Foi um verdadeiro Dia de Domingo.







Na segunda seguimos para nosso último destino na Austrália, Sydney. A cidade mais conhecida e mais legal que conheci aqui. Com vários lugares para conhecer, cada cantinho da cidade é diferente do outro e isso deixa a cidade com cara de várias cidades: as regiões de The Rocks, Darling Harbor e o Fish Market, a Opera de Sydney, o Jardim Botânico (o mais bonito que já conheci), o Hyde Park, e tudo a uma pequena caminhada uma da outra. Lembro que caminhar é o nosso esporte preferido, então uma caminhada de 30, 40 minutos entre um ponto e outro é praxe. No final caminhamos o dia inteiro. Praticamente não pegamos transporte público aqui (e economizamos um bom dinheiro porque é muito caro).



No outro dia fomos conhecer uma praia que fica aqui perto: Manly. Você pega o ferry no centro e em 30 minutos chega lá confortavelmente. E a praia é uma beleza. Uma superestrutura, calçadão, ondas, mar azul... Depois do almoço (comi o melhor hambúrguer de todos os tempos) fomos conhecer a praia do lado da baia: mar tranquilo, calmo, pequenas praias com gramado, árvores, locais para fazer snorkeling, tudo muito fácil. Parece que eles tem uma vida muito boa por aqui.





Na última noite nos encontramos com o André, um amigo de São Paulo que está morando aqui há 5 meses. Ele e a Mayara (amiga dele que também está morando por aqui) nos receberam na casa em que estão morando e ele preparou um churrasco com tudo que se tem direito, com cara de Brasil: picanha, asinha de frango, vinagrete e farofa Yoki. Estava perfeito. Levamos a cerveja e ficamos até as 11 da noite por lá conversando de tudo um pouco. Foi muito bom, muito obrigado pela recepção e pelas conversas e quando vierem para o Brasil será nossa vez de oferecer um churrasquinho. Para voltar fomos andando até a estação de trem e em 30 minutos estávamos no hotel. Uma tranquilidade inimaginável.

Depois de duas semanas andando pela terra do canguru (que não vi) foi fácil perceber porque tanta gente se aventura e atravessa o mundo para viver por aqui. A vida é dura (trabalho é trabalho em qualquer lugar do mundo) mas você tem segurança, muita facilidade, transporte, acesso, opções e possibilidades. Uma vida simples, sem exageros, digna. Boa sorte e tudo de bom a todos os amigos que estão se aventurando por essas bandas em busca da felicidade e de um lugarzinho nesse mundão ou que estão apenas de passagem para aprender outro idioma e viver outra cultura. “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Divirtam-se.



Valeu.

domingo, 1 de março de 2015

Indonésia: parte dois

Bom pessoal,

Depois de fazer nada na ilha de Gili Air, fomos fazer nada na cidade de Ubud, na ilha de Bali. Ou quase nada. Ficamos em um hotel de US$ 10, muito bom, bem localizado e com uma conexão de internet um pouco melhor. Portanto um bom lugar para fazer nada. Mas Ubud é uma cidade no coração da ilha e cheia de atrações, desde culturais até trekkings que começam as 2 da manhã.

No primeiro dia fizemos o reconhecimento da área, andamos pelas ruelas, verificamos os preços de tudo, e sentimos o clima da cidade. Ubud é uma cidade zen, cheia de spas, moderninha, bonita de se ver. No segundo dia fomos conhecer a Floresta dos Macacos, que é um parque (como se fosse uma floresta) cheio de macacos sempre atrás de alguma coisa para comer. E é importante que você tenha cuidado com seus pertences porque os macacos não são nem um pouco condescendentes com qualquer vacilo: de óculos a câmeras fotográficas, qualquer coisa a seu alcance será tomado. Mas o que eles gostam mesmo são das bananas que as pessoas compram e oferecem colocando-as acima de suas cabeças para que os macacos subam em seus ombros e possam ser fotografados. Uma orientação é nunca toca-los. Outra coisa que fomos ver nas redondezas da cidade foi uma plantação de arroz, os famosos terraços de arroz, bem atrás da rua principal. Mas esse não é o principal terraço de arroz da ilha, nem o mais bonito, nem o mais turístico. O melhor de todos fica mais para o norte, uns 12 quilômetros ladeira acima. E como não queria alugar uma Scooter, por causa da polícia, alugamos duas bikes.







Quando alugamos as bikes o cara falou que o caminho era só de subida mas dava para ir. E deu. Mas foi sofrido. Em alguns trechos tivemos que descer e empurrar. Em outros, tivemos que fazer várias paradas para descansar. Mas os terraços de arroz são belíssimos. Almoçamos por ali, olhando a paisagem e curtindo o descanso. Nesse dia descobrimos que dá pra pechinchar até em restaurante. Quando subimos as escadas do restaurante e via a vista privilegiada que tínhamos dos terraços de arroz, pensei que nada naquele lugar seria barato. Mas já estou acostumado a entrar em restaurante, sentar e depois ir embora. Quando estávamos pensando em sair o garçom chegou e percebendo que ia perder os clientes, já foi se adiantando e oferecendo um desconto, ele disse: pode escolher o prato e eu dou um preço melhor. O prato que custava 50 ficou por 30. Mas ainda tinha a taxa de serviço que era de 15%. Sem problema, eu não cobro, disse ele. Maravilha. No final obtivemos um desconto de 50% na conta final. Aqui tudo, absolutamente tudo, se negocia.



Quando eu pensava nessa viagem, saiba que teríamos que pechinchar tudo, que iriamos nos deparar com essas situações e imaginava que ia ser tranquilo, afinal no Brasil nós também somos acostumados a negociar. Não tem novidade nenhuma nisso. Mas nós negociamos 5% ou 10% de desconto a vista, parcelamento sem juros, essas coisas. Nunca imaginei negociar descontos de 75% em imas de geladeira, 50% em restaurantes, 60% em taxis, 40% em hotéis. E acho que as coisas são assim porque mesmo o primeiro preço para um turista europeu ou australiano (que são a maioria) ainda é menos da metade do preço das mesmas coisas em seus países. E eles pagam. E a vida segue. Como a maior parte das pessoas está férias por poucos dias, eles tendem a ficar comparando os preços em relação aos seus países. O que tentamos fazer é comparar os preços em relação as outras coisas básicas do mesmo país. Por exemplo: quanto custo um PF local e quando custa um imã de geladeira. Jamais pagamos o mesmo valor pelas duas coisas. O Nasi Goreng, o PF local (arroz frito com verdura, frango e um ovo frito encima) custo em torno de 15 a 20 mil rupias. Fomos comprar o imã de geladeira o cara pediu 40 mil rupias. Compramos por 10 mil. Para comparação cada 1 dólar americano vale 12.500 rupias.

Depois dos terraços queríamos conhecer também um templo que ficava a “apenas” 2 quilômetros, seguindo a estrada. O que ninguém explica é que são 2Km morro bem acima. Essa parte foi difícil. O templo é bonito e tranquilo e valeu pelas fotos. Mas o melhor foi a volta. Fique com as penas doloridas de não fazer nada. Nenhuma só pedalada. Nada. Apenas freava e freava. Todos os 15 km de sofrimento para ir foram recompensados com 15 km de descida. Chegamos rapidinho.





Em Ubud ainda fomos assistir uma apresentação de dança típica. Muito bonita, muito expressiva, com muitas caras e bocas, e dedos tortos. Não é qualquer um que consegue fazer aquilo. E ainda fizemos um passeio para conhecer os principais templos, outros terraços e um pouco mais da ilha. Depois de uma semana em Ubud seguimos viagem para Uluwato, no sul da ilha de Bali. Sobre o trekking que falei no começo é o seguinte: acorda-se as 2 da manhã, e depois de uma hora de carro, a caminhada começa com destino ao topo de um vulcão para se ver o nascer do sol. Mas os dias estavam um pouco nublados e não fizemos. Já imaginou acordar de madrugada, andar por 4 horas (ida e volta) e depois ficar a ver navios, ou melhor, nuvem ao invés do sol? Não, obrigado. Fica para a próxima.




Uluwato é um dos melhores lugares de surfe da ilha. Mas o que mais surpreendeu aqui foi a quantidade de brasileiros na região. Tem até restaurante brasileiro, o PF Brasil, onde você pode comer feijão, arroz, purê e salada (alface e tomate) e onde você pode ser atendido em português por uma balinesa que é ao mesmo tempo a garçonete e a cozinheira. A imensa maioria dos brasileiros vem para cá para surfar. Aqui conhecemos o Alê, o Johnny, a Raiene e a Karine, que estavam no mesmo hotel que nós. Eles moram na Austrália onde estudam e trabalham. E pelo que deu pra perceber, ralam pra caramba. Mas o trabalho apesar de básico, braçal, sem qualquer relação com suas formações (todos tem nível superior), é suficiente para que eles consigam pagar a escola, o apartamento, a comida e ainda dá para economizar e viajar para Bali. E é aqui onde são (estão) felizes apesar da distância da família e dos amigos. Valeu pelas conversas e nos encontramos em Sampa. Ou em Gold Coast.

A praia mais famosa é a de Padang Padang que ficava a 300 metros do nosso hotel. Uma pequena faixa de arreia (menos de 200 metros) rodeada por penhascos, mar calmo e também com ondas mar a dentro. Isso foi novo. O mar parecia uma piscina na praia, mas a 500 metros entrando no mar, do lado direito, tinham uns 10 sufistas pegando onda. Elas se formavam apenas naquele lugar. Passamos os dias nessa rotina de praia, às vezes apenas no hotel e por dois dias alugamos uma Scooter e fomos conhecer a praia de Uluwato e o templo. A praia de Uluwato é praticamente somente para sufistas. A faixa de areia é de 30 metros. E dos desfiladeiros pode-se ver, com vista privilegiada, os sufistas se divertindo. No templo fomos no final do dia, para ver o pôr-do-sol. O tempo até que estava aberto depois de alguns dias de chuva.




Agora estamos em Kuta novamente, descansando e nos recuperando de uma forte gripe que nos pegou de jeito. Essa é a primeira vez que ficamos doente na viagem. Acho que estamos no lucro. Semana que vem estaremos na Austrália, nosso 19º país, e deixaremos o continente asiático que foi nossa morada por 8 meses. E entraremos também no último mês da nossa aventura, agora na Oceania.

Valeu.